Cascavel – Responsável por 7,8% do PIB industrial brasileiro, com R$ 90,3 bilhões e 765 mil empregos diretos gerados, a indústria no Paraná é a quarta maior do País e segue em compasso de espera da retomada do crescimento econômico e da geração de empregos. O presidente do Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Edson Campagnolo, reconhece que o avanço não tem sido como o esperado e que as projeções de crescimento econômico não estão se cumprindo. Pelo contrário, ontem a previsão de crescimento do PIB teve a décima revisão para baixo, agora menor de 1,5% para este ano (leia mais na página 7).
Para Campagnolo, é imprescindível que, para melhorar o ambiente de negócios, sejam aprovadas reformas, como a da Previdência. “Estamos vindo de períodos muito difíceis nos últimos anos. Exigir de governos que estão chegando agora, tanto do [Jair] Bolsonaro quanto do Ratinho [Jr], que a economia já estivesse a pleno vapor não tem como, até porque o contexto mundial está meio desfavorável. Ela [a economia no Estado] não está no ideal… na medida do possível não dá para reclamar ou dizer que está piorando. Ainda navegamos em águas calmas, mas medidas terão de ser tomadas e as melhores delas são as reformas. Se o Congresso não aprovar a reforma da Previdência, teremos que partir para outro plano, como buscar capital internacional, por exemplo”, afirma.
Ou seja, segundo Campagnolo, as expectativas foram lançadas para o segundo semestre.
Ocorre que, neste momento, a indústria paranaense vive outra expectativa. É que nesta semana o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) deverá divulgar o PIB industrial do Estado referente ao mês de março, fechando o primeiro trimestre do ano. “Não acredito que no Paraná vamos encolher [o Brasil encolheu 1,36% em março]. Pode ser que cresçamos um pouco ou que fiquemos na mesma marca, mas encolher acredito que não. Essas são as expectativas”, destacou.
Região oeste
Ontem Campagnolo esteve em Cascavel para o lançamento das atividades que marcam as comemorações do Dia da Indústria, celebrado no dia 25 deste mês. Atendimentos à saúde e à qualificação profissional serão realizados até a noite de sexta-feira em tendas fixadas ao lado do Terminal Oeste, próximo à prefeitura.
Na ocasião, o presidente do Sistema lembrou que Cascavel e o oeste vivem condições atípicas de crescimento e de avanço na economia, estimulados pelo agronegócio, mas reconheceu que, sem investimentos essenciais em infraestrutura e logística, isso tudo segue bastante ameaçado. “Há poucos dias o governador [Ratinho Junior] disse que ao menos em duas frentes deve haver investimentos neste ano, nas rodovias e no setor elétrico. No setor elétrico, a perspectiva é de R$ 1 bilhão, que vai diminuir os problemas de fornecimento de energia, isso ajuda a aliviar os problemas”, destacou.
Reportagem:Juliet Manfrin
