Curitiba – O custo da corrupção no Brasil cresce avassaladoramente e já representa 32 dias de trabalho por ano. Isso levando em conta apenas as finanças públicas, com superfaturamento de contratos.
Para chegar a esse número, o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) analisou três milhões de compras de mercadorias realizadas por órgãos públicos federais, estaduais e municipais. O levantamento apontou que nesses casos os valores chegam a ser, em média, 17% superiores aos preços praticados pelo mercado privado.
O estudo foi feito a partir da análise de documentos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) e a comparação com os preços das mesmas mercadorias, nas mesmas datas, feitas por empresas privadas.
Mais 151 dias para pagar impostos
Tão grave quanto a corrupção, e também um motivador importante dessa prática deletéria das finanças públicas, é o tempo que o País trabalha apenas para alimentar o caixa do serviço público.
Dia 1º de junho foi o primeiro dia de 2015 que o brasileiro não trabalhou somente para pagar impostos, após 151 dias de labuta destinados a custear a tributação. Segundo o IBPT, isso corresponde a 41,37% da renda bruta do trabalhador.
Esses números não seriam tão assustadores se o poder público brasileiro oferecesse à população contrapartida ao menos parecida com a assegurada por outros países com carga tributária idêntica.