Cotidiano

Região Oeste pede cautela sobre o futuro de concessões

Duplicação de 5,3 quilômetros, em Matelândia, vai acrescer pedágio em 4,10%

Cascavel – O histórico de mais de 15 anos de concessão de rodovias e de cobrança de tarifas entre as mais caras do País servem de lição ao setor produtivo e a entidades organizadas do Oeste do Paraná. Vários segmentos têm se pronunciado sobre possíveis mudanças nos atuais contratos e o consenso, pelo menos até agora, é de que o tema precisa ser profundamente debatido e que transparência seja a palavra de ordem em todas as instâncias do processo.

“O pedágio é um sócio indesejável”, dá o tom das posições do Oeste o diretor-presidente da Lar, uma das maiores cooperativas do Brasil, Irineo da Costa Rodrigues. Irineo se manifesta com base nos pesados custos que o pedágio traz ao setor produtivo. Os valores, considerados elevados demais diante da pouca contrapartida de obras principalmente do aumento de capacidade de fluxo nas rodovias, pesam principalmente no bolso dos agricultores.

Com base em estudo elaborado pela Ocepar, que representa o setor cooperativista paranaense, a Lar aponta o impacto do pedágio no custo de produção de milho, que é de 7,4%, apenas considerado o valor da tarifa no transporte por caminhões no trajeto entre Cascavel e Paranaguá. Ou seja, o pedágio equivale a 28 sacas do cereal, e o pior é que só uma pequena fração do percurso é duplicada, o que torna a conta ainda mais salgada, segundo Irineo.

Posição semelhante à da Lar é a da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), uma das maiores associações comerciais do Estado. Em reunião de diretoria, empresários foram unânimes em aprovar a posição da agremiação, que é de esperar o fim dos atuais contratos e então promover uma nova concorrência pública.

A Acifi (Associação Comercial e Empresárial de Foz do Iguaçu), por sua vez, é contra inclusive a renovação da concessão do Anel de Integração Rodoviário pelo governo federal para o Estado, pelo menos até que o Tribunal de Contas da União divulgue os resultados de análise geral dos contratos de concessão do pedágio no Paraná.

Para a Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná), que representa 47 associações comerciais da região, o que o Oeste sempre quis foi poder contar com tarifas justas e com rodovias adequadas aos valores pagos, de olho em facilidades ao escoamento da produção e que possam ajudar a preservar vidas.