Curitiba – A ida ao supermercado nunca foi tão calculada como nos últimos meses. O que se vê são consumidores com uma lista de compras na mão e carrinhos cada vez mais vazios na tentativa de economizar. Produtos básicos consumidos pela inflação encarecem a conta, mesmo comprando em menor quantidade. É o reflexo da crise econômica do País que atingiu fortemente o setor alimentício.
Para se ter uma ideia, o valor do conjunto de bens alimentícios básicos no Paraná, a chamada cesta básica, aumentou 45,6% entre 2011 e 2015, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) para o mês de junho. Hoje, os 13 itens que compõem a cesta básica geram um custo de R$ 359,69.
Com o salário mínimo atual, 49,62% dos R$ 788 está comprometido somente com a alimentação. Cinco anos atrás, com salário vigente de R$ 510, a cesta básica consumia R$ 247,03, o equivalente a 49,27%.
“Ir ao supermercado está cada vez mais difícil. Está tudo muito caro. A gente tem que fazer malabarismo pra comprar tudo o que precisa e, às vezes, ainda deixa muita coisa para trás”, comenta a dona de casa Marilda Ferraz.
O Dieese estimou que para junho deste ano o salário mínimo necessário para todas essas despesas, registrada em uma família de quatro pessoas, deveria ser de R$ 3.299,66, o que está 4,19 vezes menor do que o valor, longe do que é repassado ao trabalhador. O levantamento leva em conta apenas a capital estadual Curitiba, analisando ainda outras 17 capitais brasileiras.
(Com informações de Marina Kessler)
