Cotidiano

Crise faz arrecadação de impostos ser a menor em quatro anos

Das quatro maiores cidades da região, somente Toledo registrou crescimento

Foz do Iguaçu – Quem diria, até o pagamento de impostos registrou queda na arrecadação no primeiro semestre deste ano, estimulada pela crise. Nem o aumento das contas de água, luz, combustível e a compra do supermercado, que ficou mais cara, fizeram com que os tributos pagos pelos moradores do Oeste do Paraná mantivessem ritmo de crescimento.

Do dia 1º de janeiro até 30 de junho deste ano, a tributação federal, estadual e municipal paga nas quatro maiores cidades da região, Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu e Marechal Cândido Rondon, totalizou quase R$ 651,5 milhões. No mesmo período do ano passado havia sido R$ 685,4 milhões, retração, portanto, de 5%.

Os dados são do Impostômetro, ferramenta que contabiliza os tributos arrecadados em todo o Brasil, pela União, Estados e Municípios apurando quanto as esferas de governo estão arrecadando na forma de tributos.

O montante registrado no primeiro semestre é o menor dos últimos quatro anos. Em 2013, por exemplo, as mesmas cidades haviam pagado em um semestre R$ 730,2 milhões e em 2012, mais de R$ 729,7 milhões. A cota só não é inferior à registrada nos primeiros seis meses de 2011, quando a arrecadação regional, considerando os mesmos municípios, atingiu pouco mais de R$ 623,6 milhões.


       


Para a economista Regina Martin, esse fenômeno não é difícil de ser explicado e se resume a uma só palavra: crise. Ela lembra que muitos impostos não foram pagos e estão em atraso.

“Isso significa que em um determinado momento as pessoas terão que quitá-los, pois é uma dívida como o IPTU, IPVA entre outros. Vale lembrar que muita gente deixou de pagar porque precisou fazer uma escolha entre uma conta ou outra, já que tudo subiu de preço e os salários não mantiveram esse mesmo crescimento. As pessoas estão perdendo o poder de compra”, lembra.

Queda livre

A desaceleração da produção foi mais nociva para a cidade de Foz do Iguaçu. No primeiro semestre do ano passado haviam sido quase R$ 315,4 milhões em impostos. Em 2015, em igual período, essa marca caiu para pouco menos de R$ 287,7 milhões. A queda foi de R$ 27,8 milhões, ou seja, 9%.

Cascavel seguiu pelo mesmo caminho. De 234,6 milhões baixou para R$ 214 milhões. Em reais, a retração foi de R$ 20,5 milhões e em percentual, chega também aos 9%. Em Marechal Cândido Rondon, na quarta maior cidade do Oeste, foram R$ 3 milhões a menos recolhidos, baixando de quase R$ 47,9 milhões para pouco mais de R$ 44,8 milhões. O encolhimento neste caso foi de 6%.

Toledo tem a maior arrecadação em cinco anos

O único dos maiores municípios da região Oeste a percorrer um caminho inverso foi Toledo. Aliás, o município teve no primeiro semestre de 2015 a maior arrecadação dos últimos cinco anos e ultrapassou os R$ 104,9 milhões. No primeiro semestre do ano passado havia sido pouco mais de R$ 87,4 milhões. Aumento, de um período a outro, foi de 20%.

A reportagem completa você confere na edição deste domingo (19) do jornal O Paraná.

(Com informações de Juliet Manfrin)