Curitiba – A inflação, que atingiu índice de 9,32%, foi mais uma vez a grande vilã para o comércio paranaense. O volume de vendas para o Dia dos Pais recuou 5% de um ano a outro, conforme o presidente da ACP (Associação Comercial do Paraná), Antonio Miguel Espolador Neto.
“Neste ano, perdemos a inflação. A queda foi de aproximadamente 5%, empatando com os resultados do ano passado”, relata Espolador.
O que caiu também foi o valor médio dos produtos escolhidos. A redução foi em torno de 15%. Em 2014, o preço médio pago pelo consumidor era de R$ 150. Na última semana, a escolha foi um pouco mais barata: R$ 130.
Segundo o presidente da ACP, os aumentos dos impostos e reajustes em diversos setores diminuíram o poder aquisitivo da população e, para não deixar de presentear, foi necessário escolher algo mais em conta.
“Como o salário não subiu nas mesmas proporções que os tributos, o consumidor que quis presentear seu pai foi na opção mais barata”, explica. Os produtos mais procurados foram calçados, artigos esportivos e, em menor volume, os eletrônicos.
Espolador acredita que o desempenho das regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Noroeste foram superiores ao registrado na capital do Estado.
“Curitiba sentiu muito mais a redução nas vendas do que as cidades do interior. Cascavel, Londrina e Maringá, por exemplo, foram favorecidos pelos bons resultados do agronegócio, aliado à alta do dólar, o que estimula o comércio”.
A capital, por sua vez, segudo o presidente da ACP, onde o número de indústrias – setor já castigado pela crise econômica – é bem mais elevado que nessas regiões, obteve os piores resultados. Os dados oficiais sobre as vendas do Dia dos Pais serão divulgados pela Associação Comercial do Paraná amanhã.
Queda de 11,21% no País
Contrariando a média paranaense, o Brasil registrou o pior desempenho dos últimos seis anos nas vendas para o Dia dos Pais. O recuo foi de 11,21 se comparado a igual período do ano anterior, conforme levantamento do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
O cálculo foi feito na semana que antecede a data comemorativa, entre os dias 2 e 8 de agosto. Os comerciantes, que já vinham de uma queda de 5,09% em 2014, tiveram de enfrentar mais uma dificuldade, bem diferente do que foi vendido de 2010 a 2013. Há cinco anos, o crescimento foi de 10%. O último resultado positivo foi há dois anos, quando as vendas subiram 3,78%.
(Com informações de Marina Kessler)
