Cotidiano

Trabalhadores da região Oeste já estão com o 13º salário comprometido

Benefício é esperado para limpar nome de compradores da região

Cascavel – O pouco que dever restar do 13º salário de trabalhadores empregados terá como principal finalidade o pagamento de contas diante das medidas agressivas do governo e o cenário econômico desfavorável ao País. Entre as pessoas que estão empregadas na região Oeste, estima-se que 85% delas já estejam com o benefício tão esperado para o fim do ano comprometido.

O economista Leandro Mourão comenta que apesar de planejamento, não há muito que se fazer com a décima terceira renda em dezembro, em virtude de parte dela já ter sido corroída pela inflação.

“Mesmo que o gasto for planejado não há muitas alternativas. A população mantém a cultura de pagar as suas contas e, como já é de costume, compras são feitas pelo apelo do comércio”, afirma Leandro.

O nível de inadimplência entre a população do País é de 6%. Os principais consumidores que prezam pelas contas em dia são aqueles que pertencem a classes com menor poder aquisitivo.

“Há uma preocupação em usar a renda extra para pagar as contas. Pessoas de renda baixa são as mais interessadas em quitar compromissos e ter o nome limpo”, acrescenta o economista.

Segundo Leandro Mourão, a pressão das empresas com cobranças também resultou em mudanças no comportamento do consumidor.

“As empresas estão cobrando mais rápido. Antigamente, após o vencimento do terceiro talão de água ou luz o corte era feito. Hoje, após dez dias de atraso da primeira fatura, isso já ocorre e as pessoas têm o nome restrito”, observa o economista.

Poder de compra

O poder de compra está diretamente relacionado às necessidades das famílias. O que é supérfluo para alguns, pode ser bem de necessidade para outros.

“Isso é definido pela cesta dos consumidores. Cada pessoa tem a sua cesta de produtos e serviços e isso tem interferência pela renda, faixa etária e localização onde vive”, diz o economista Leandro Mourão, ao lembrar que o consumidor, entretanto, manteve esforços desde o início do ano com ajustes e escolhas entre marcas e valores para comprar o que precisa.

Estratégia errada

Apesar da tentativa do governo federal em conter a inflação, o economista avalia que a estratégia adotada é negativa e quem sofre é o consumidor pelo aumento sucessivo da taxa de juros e de impostos.

“A alta de preço tem a intenção de desestimular os gastos. Essa é a estratégia governamental, porém se você reduz o poder de compra da pessoa, consequentemente ela gasta menos e, com isso, o nosso PIB [Produto Interno Bruto] tende a baixar”, observa o economia Leandro Mourão.

(Com informações de Romulo Grigoli)