Cascavel – Há pelo menos 13 anos José Francisco da Silva, de 59 anos, contribui para a limpeza do município. Isso porque José é catador de recicláveis, e percorre os bairros da região Norte da cidade recolhendo papéis, plástico, vidro e, além de tudo, todo tipo de entulho, como eletrodomésticos, móveis velhos e telhas que os moradores abandonam na rua.
Quem passa pelo terreno onde ele construiu sua casa, no Brasília I, se surpreende com a quantidade de lixo no local.
Eu trabalho sozinho e é assim que eu sobrevivo, conta José, que é separado da família.
Mensalmente, o catador conta que a venda dos recicláveis não chega nem perto de um salário mínimo. E é por isso que ele construiu a própria casa, do tamanho de um cômodo, no terreno próximo aos lixos.
Aqui sou eu mesmo quem faz a limpeza. Estes lixos que estão ali devo terminar de limpar ainda nesta semana.
No local, galinhas que ele utiliza para o próprio consumo se misturam aos lixos. O catador conta que não recebe nenhum auxílio do município, seja para ajudar a aperfeiçoar o serviço de separação dos recicláveis, que posteriormente são vendidos, quanto da assistência social.
Sem telefone ou celular para contato, José utiliza o telefone de uma vizinha quando necessita falar com alguém. O trabalhador que passa por apertos, diz que o que mais necessita são alimentos.
Roupas a gente costuma ganhar, mas quem quiser doar eu aceito também, diz sempre bem humorado.
A previsão é que no local onde ele mora e trabalha seja instalada uma torre de luz.
Eles já colocaram a base. Quando forem terminar de instalar disseram que vão me remanejar para outro local.
Situação essa que preocupa José, que teme ir para um local onde não tenha espaço para trabalhar.
Dependendo o local fica complicado.
Para quem quiser fazer doações, José mora no fim da Avenida das Américas, onde a avenida encontra a Rua Copacabana, no bairro Brasília I.
(Com informações de Nathalia Lehnen)