Cascavel – Os guardas patrimoniais de Cascavel ainda esperam um acordo com a prefeitura sobre a criação da GM (Guarda Municipal), cujo projeto de lei tramita em regime de urgência na Câmara de Vereadores. A categoria entende que não há necessidade da criação da GM, mas uma adequação da GP (Guarda Patrimonial) às leis vigentes.
No entendimento da categoria, as justificativas apresentadas pelo Município para a criação da GM não retratam a verdade.
Muitas cidades criaram as suas guardas municipais com outras nomenclaturas, mas sem interferir nas atribuições, como foi o caso de Cascavel, afirmou Vilmar Vacari, que faz parte da comissão encarregada de negociar uma saída para o impasse com a prefeitura e a Câmara de Vereadores.
De acordo com ele, a GP é reconhecida tanto pelo Município quanto a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
Há vários convênios entre as partes. Por isso, o nosso entendimento é de que esses convênios só podem existir se houver o reconhecimento que, na prática, a Guarda Patrimonial é uma Guarda Municipal. A prefeitura não precisa criar uma nova corporação, mas apenas ajustá-la a lei, explicou Vacari.
Ele se refere Lei Federal nº 13022, de 8 de agosto de 2014, que institui normas gerais para as guardas municipais, onde disciplina o 8º do artigo 144 da Constituição Federal. A principal mudança é a incumbência às guardas municipais de usarem armas de fogo.
É uma questão birra da prefeitura porque querem excluir nós da adequação e criando o novo cargo de guarda municipal. Nós estamos dentro da lei e é o Município precisa adequar a Guarda Patrimonial.
Sobre essa adequação, em especial ao uso de armas, Vacari reconhece que nem todos os 247 guardas patrimoniais estão preparados para as mudanças.
O uso de armas de fogo requer um treinamento rigoroso, mas nem todos terão aptidão física e psicológica para trabalhar armado. Nesse caso, até concordamos que o Município abre concurso para a contratação de pessoal.
A categoria que se posicionou contra a criação da GM já adiantou que ingressará na Justiça para derrubar a lei.