Cascavel – O vazio sanitário, medida que previne a ferrugem asiática da soja, encerra nesta terça-feira (15) em todo o Paraná. Desde seu início, em 15 de junho, a região Oeste contabilizou 14 autos de infração, distribuídos nos municípios de Toledo, Cascavel, Matelândia, Corbélia, Iguatu, Itaipulândia e Catanduvas, além de um quilômetro de estrada.
Os dados ainda são preliminares e podem sofrer alterações já que os núcleos regionais ainda não emitiram balanço oficial. A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) não divulgou ainda o número final de propriedades rurais que mantinham o cultivo da soja mesmo em período proibitório.
O último boletim dava conta de 3,7 mil hectares autuados e outros cinco mil hectares que receberam notificações. Segundo a Adapar, as notificações são emitidas antes do período de fiscalização ser iniciado para que o produtor consiga retirar qualquer resquício de soja viva da lavoura. No ano passado, o Estado emitiu cerca de 300 autos infracionários.
O agricultor que não retirar a soja de sua propriedade durante os três meses do vazio sanitário corre o risco de ser multado. Os valores variam de R$ 200 a R$ 12 mil. É possível ainda que ele receba uma advertência.
Além do Paraná, os estados de Tocantins, Maranhão, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e o Distrito Federal também têm o vazio sanitário como a principal ferramenta contra pragas.
Ferrugem Asiática
A ferrugem asiática é a principal doença da soja, causadora de prejuízos significativos à cultura. Sua principal característica é a desfolha precoce das plantas da oleaginosa, má formação de grãos e redução de até 100% da produtividade.
O uso intensivo de fungicidas para o controle da doença causa a perda de eficiência dos produtos disponíveis no mercado devido à diminuição da sensibilidade do fungo aos fungicidas, intensificado principalmente pelas safras consecutivas, semeaduras tardias, manejo inadequado e ausência de rotação de culturas.
Safra 2015/2016
A Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento estima que a primeira safra de grãos de verão para o período 2015/2016 aponta a tendência do cultivo da soja, que deve continuar em alta no Paraná, avançando ainda mais sobre as áreas de milho e feijão, o que já ocorre nos últimos anos.
Conforme o Deral (Departamento de Economia Rural), na safra de grãos de verão 2015/16 a área plantada e o volume de produção deverão se manter em 5,85 milhões de hectares e 22,1 milhões de toneladas nesse período do ano. Com o fim do vazio sanitário, os produtores já podem iniciar o plantio da soja. Segundo estimativas, o cultivo ocorrerá numa área de aproximadamente seis milhões de hectares.
(Com informações de Marina Kessler)
