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Brasil melhora e derrota o Japão no Grand Prix de vôlei

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A bronca deu certo. Depois da estreia com vitória contra uma Itália desfalcada mas que deu trabalho, a seleção brasileira feminina de vôlei entrou, de fato, no Grand Prix. Nessa sexta-feira, o time de José Roberto Guimarães venceu o Japão por 3 a 0 (25/20, 25/23 e 25/15), na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, no Rio. Diferentemente da primeira partida, em que as atletas não mostraram atitude, segundo o próprio treinador, contra as japonesas, bronze nos Jogos de Londres-2012, as brasileiras pareciam mais focadas.

No domingo, o Brasil faz o último confronto dessa primeira semana de GP, contra a Sérvia, às 10h05 (com transmissão da TV Globo e SporTV). Contra a Sérvia, o Brasil nunca perdeu. Foram nove confrontos com nove vitórias (sendo três em GPs). No GP de 2015, o Brasil ganhou por 3 a 0 das sérvias.

Para esta partida contra as japonesas, o treinador escalou a levantadora Dani Lins, as centrais Thaísa e Juciely, Natália e Fernanda Garay nas pontas e Sheilla como oposta (Camila como líbero). O treinador explicou que essa escalação, porém, não se repetirá no domingo, quando pretende usar Thaisa e Fabiana (Juciely vai para o banco).

Tradicionalmente, o Brasil vence o Japão. Foi assim no GP de 2015, quando a seleção aplicou um 3 a 0. Em confrontos diretos, foram 63 partidas (sendo 38 em GPs) e 51 vitórias brasileiras (sendo 34 em GPs). E nessa sexta-feira não foi diferente. O confronto começou disputado, ponto a ponto, com muito volume de jogo, característica da escola asiática. O Brasil chegou a abrir 12 a 5, com oito pontos de ataque, dois de bloqueio, um de saque e um erro adversário. Com 18 a 11, Tandara e Roberta entraram em quadra. O objetivo de Zé Roberto é usar o GP como preparação e observação para a Olimpíada. O Japão chegou a encostar no placar (22 a 18), com ótimas defesas, mas perdeu por 25 a 20. Na parcial, Thaísa fez oito pontos (sendo sete de ataque e um de bloqueio), mesma pontuação de Mami, do Japão, com oito pontos no total, e só no ataque.

Na segunda etapa, o Japão se manteve à frente no início com 9 a 6. O Brasil chegou ao empate em 16 a 16 com ponto de bloqueio. O placar oscilou com vantagem japonesa até 20 a 20 e 23 a 23 e brasileiras fecharam em 25 a 23, com destaque para a relação bloqueio e defesa. Na parcial, Thaísa voltou a ser a maior pontuadora do Brasil (seis no total, sendo cinco de ataque e um de saque). Pelo Japão, Yukiko fez seis também, apenas no ataque.

No último set, o Brasil deslanchou, manteve o foco e não deu espaço para o rival. Chegou a abriu dez pontos (14 a 4). Adenízia, Mari Paraíba e Tandara entraram no jogo, segundo a proposta de observação do treinador. As largadinhas pegaram ambas equipes de surpresa mas o Brasil foi mais eficiente e fechou a parcial em 25 a 15.

As brasileiras, que na partida contra a Itália “correram” para colocar a bola em jogo, diminuindo o tempo ocioso entre um ponto e outro, já estão incorporando melhor o novo pedido da Federação Internacional de Vôlei para agilizar o saque. Ainda não é regra mas o objetivo é diminuir o tempo de partida. Segundo estudos da entidade, cerca de 60% do tempo de partida, a bola não está em jogo. Elas conseguiram comemorar com as companheiras cada ponto sem demorar muito e depois iam para a zona do saque rápido, mas sem correria.

GUERRA

Para esta etapa, no Brasil, Zé Roberto cortou a ponteira Jaqueline e a meio de rede Carol, ambas se recuperando de leve contusão. Seguno Zé Roberto, Jaqueline está se recuperando de contusão que ocorreu na semana passada. Ele disse que não seria “correto nem justo, inclusive com as outras atletas” se colocasse Jaqueline em quadra nessa etapa.

– Não quero atropelar. Ela não está com condições adequadas para participar do jogo agora. Em Macau estará entre as 14 jogadoras. Quero rodar todas para dar ritmo. e ter uma gama maior de opções. Temos de construir um time. Não adianta colocar só seis jogadoras para atuar – explicou o treinador.

Juciely que atuou nas duas primeiras partidas do GP disse que a briga pelas vagas no meio de rede serão ferozes. Ela nunca foi a Jogos Olímpicos e briga com Adenízia e Carol pela terceira vaga no meio de rede (que já tem Fabiana e Thaísa).

– O Zé está observando. E acho que posso correr atrás sim. Tenho de dar sempre o meu melhor. É nisso que me concentro. Porque a concorrência no meio de rede é grande e por isso não interpretei essa titularidade como uma aposta. O caminho até os Jogos é muito grande ainda. Eu procuro manter os meus pés no chão – falou Juciely, que aprendeu a ser menos ansiosa durante a carreira.

– É natural que seja uma guerra. E sempre vai ser assim em Jogos Olímpicos. Eu me cobro muito mas tenho de bucar serenidade. Não posso me desesperar, dentro de quadra, inclusive. Aprendi a ser assim ao longo da minha carreira. Fui ficando mais madura.

Na segunda semana de disputas, a equipe brasileira vai encarar a Sérvia, Bélgica e China, em Macau, na China. Depois, encerrará a fase de classificação contra Itália, Bélgica e Turquia, na cidade turca de Ankara. A fase final será em Bangcoc, na Tailândia, entre 6 e 10 de julho.

O Brasil é o maior vencedor da história do Grand Prix, com 10 títulos conquistados e 16 pódios (quatro pratas e dois bronzes). Na última edição, terminou na terceira colocação. Os Estados Unidos levaram o ouro e a Rússia, a prata.