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Marcelinho Machado:?O estilo dos Warriors é uma escola, não uma evolução?

20160528164513_568.jpgConhecido por arremessos de três pontos, Marcelinho Machado, ala do Flamengo, prefere LeBron James. Ele revela tristeza por estar fora dos Jogos.

O seu estilo é de muitos arremessos, o que gera críticas. Como vê os Warriors?

O engraçado é que eu faço crítica a esses caras hoje. Para quem está assistindo, é muito bonito as bolas de três, mas você tem que saber usar. O time deles usa de uma forma muito inteligente, mas algumas parecem forçadas. Só que são forçadas para quem está vendo de fora. Quem joga treina aquilo.

Às vezes, erram até aro.

Na linha de três pontos, você está no limite. É diferente de errar um arremesso de perto. É difícil uma bola de dentro do garrafão não acertar o aro. De três pontos, com qualquer movimentaçãozinha para cá ou para lá pode sair um “sem aro”.

Um ‘sem aro’ constrange?

Não. Quando o time tem essa entendimento de que aquela é a forma de jogar, o cara pode dar três sem aro seguidos que ele vai pegar a próxima bola com a confiança de que vai acertar. No jogo 6, o Klay Thompson deu um sem aro e, na bola seguinte, chutou de novo.

Você foi muito criticado?

Eu recebi muita crítica, na seleção principalmente. Você não joga de uma forma só porque acha bonito, joga porque acha eficiente. Aquilo é um acordo: técnico e os companheiros acreditam. As críticas ouvi, absorvi, e me fizeram ser mais forte.

Warriors são a evolução do basquete?

É uma escola, não é uma evolução. Há uma tendência de que essa escola seja repetida por mais equipes, mas eu não vejo isso ditar o ritmo do basquete daqui para frente. É mais sólido um jogo perto da cesta e que use arremessos de três pontos, mas não como principal arma. Não um jogo de, no um contra um, você arremessar de três.

Torcida pelos Warriors?

Não… Eu torço para o Warriors pelo Leandrinho e o Anderson (Varejão), mas sou fã do LeBron. Ele é mais dominante na hora que tem que ir para dentro, arremessar, passar… mas jogo 7 é jogo 7. Não tem como prever.

Você foi o destaque da final da NBB pelo Flamengo no dia seguinte à convocação. Foi uma resposta?

Como competidor em alto nível, eu queria estar na seleção. Isso eu não vou esconder. Quando saiu a convocação, eu tive um momento de tristeza, mas pela minha idade avançada e o entendimento da seleção, foi uma mudança rápida. Eu tinha esse foco de conquistar o NBB, não foi uma mensagem. Não seria um jogo que faria ninguém mudar de ideia. O Rubén Magnano sabe do que sou capaz e posso trazer para a seleção. Ele preferiu outra coisa e está na razão dele, não questiono. Pelo contrário, apoio a decisão. (E.Z.)