RIO – Após críticas envolvendo a investigação sobre o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, a Polícia Civil informou neste domingo que a delegada-titular Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), assumiu a coordenação do inquérito, que estava, até então, nas mãos do delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
A Polícia Civil disse, em nota, que a medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho. A nota acrescenta ainda que a delegada Cristiana está analisando as provas colhidas até o momento no inquérito policial, incluindo depoimentos e outras diligências já realizadas, para definir os próximos passos da investigação.
Em entrevista à TV Globo, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou que a troca de delegados visa garantir a imparcialidade da investigação.
Em razão desse elevado desgaste que o delegado (Alessandro Thiers) está tendo, a gente vai avaliar se houve falta de habilidade dele na questão do trato com a vítima, ou não. Até para tentar preservar o delegado e garantir a imparcialidade da investigação, para que a gente não tenha que enfrentar discussão sobre a investigação ser conduzida de forma imparcial afirmou.
ADVOGADA PEDIU TROCA
A advogada Eloisa Samy Santiago solicitou o afastamento do delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Segundo a advogada, ele estaria criminalizando e culpabilizando a vítima.
Vou pedir o afastamento do delegado porque considero que a linha de interrogatório usada foi para criminalizar e culpabilizar a vítima. Ele (Alessandro Thiers) perguntou se ela (a jovem) já tinha participado de sexo em grupo. A menina chorou muito em vários momentos. Eu tive que interromper para que ela pudesse se recompor disse Eloisa Samy.