Policial

Crime de trânsito leva réu a pegar condenação de 16 anos

O caso ocorreu em 2002 e a criança estava no colo da mãe em um Monza que foi atingido pela Ford Courrier

Cascavel – Carlos Augusto Pereda Junior foi julgado à revelia ontem pelo Tribunal do Júri de Cascavel, e acabou condenado a 16 anos de prisão pelo homicídio simples de Pedro Henrique Marcondes, um menino de apenas 5 meses. O caso ocorreu em 2002 e a criança estava no colo da mãe em um Monza que foi atingido pela Ford Courrier conduzida por Carlos. Outras três pessoas estavam no veículo e também se feriram.

De acordo com o representante do Ministério Público, promotor Alex Fadel, o processo estava pronto para ser julgado desde 2010. “Mas, por artimanhas da defesa, que pediu a redesignação do caso para outras datas, o julgamento só ocorreu hoje [ontem]”.

A intimação do réu foi feita via publicação de edital, uma vez que ele não informou à Justiça a mudança de endereço. “O advogado nomeado disse apenas que ele está morando em outro Estado, mas não repassou mais detalhes. Como ele foi intimado, e por decisão própria não compareceu, o julgamento ocorreu normalmente”.

Carlos foi julgado por homicídio simples contra a criança que faleceu no acidente e lesões corporais graves contra a mãe e a irmã do menino. “Já a lesão leve contra o pai, por conta da demora no julgamento, acabou prescrevendo. E imagino que na aplicabilidade da pena as duas lesões também acabem prescrevendo”, disse o promotor antes de iniciar o júri.

Pelo homicídio simples, o Ministério Público pediu a condenação do réu a mais de dez anos de prisão. “Não podemos considerar que uma pessoa que está dirigindo sob o efeito de álcool, acima da velocidade permitida para o local, infringindo diversas leis de trânsito, avançando sinal vermelho, cause um acidente com dolo eventual. As marcas de frenagens na pista mostram um rastro de 16 metros. Ele sabia que poderia causar um acidente e assumiu o risco de ferir ou matar alguém”, justificou o promotor. Como não compareceu ao júri, Pereda é considerado foragido. 

O acidente

Conforme o processo, Carlos Augusto Pereda Junior conduzia uma Ford Courrier pela Rua Sete de Setembro e avançou o sinal vermelho, atingindo o Monza no cruzamento com a Avenida Brasil na madrugada do dia 5 de agosto de 2002.

No Monza estavam o motorista Devonzir Antônio Carneiro Marcondes, sua esposa Cleuza e os dois filhos: Sabrina, de 9 anos, e Pedro Henrique, de apenas 5 meses. A família voltava de um encontro de oração quando sofreu o acidente. Pedro chegou a ser socorrido no local, mas morreu em seguida, enquanto Sabrina permaneceu vários dias internada em uma UTI. Já Divonzir e Cleusa tiveram ferimentos moderados.

Segundo relato de testemunhas que constam no processo, Carlos estava embriagado, em altíssima velocidade e “roletando”, ou seja, avançando diversas preferenciais e sinais vermelhos. Depois da tragédia, a família vendeu tudo que tinha em Cascavel e se mudou para o Mato Grosso.