Cascavel – Você já imaginou um professor cuidando de 100 alunos em sala de aula? Ou ainda uma jaula no zoológico abrigando 100 leões? Pois é essa a realidade na carceragem da 15ª SDP (Subdivisão Policial) em Cascavel.
De acordo com uma denúncia recebida por O Paraná, apenas dois agentes trabalhariam na cadeia fazendo a custódia dos quase 500 presos no local. A situação é um pouco mais tranquila à noite, quando três são escalados e porque a parte da guarda externa ser compartilhada com a Polícia Militar.
A cada 12 horas, dois policiais ficam de plantão para evitar que fugas e rebeliões aconteçam e, no menor sinal de confusão, reforços da PM e da Polícia Civil são acionados.
Conforme o agente, que preferiu não se identificar, o problema se arrasta há anos.
“As pessoas pensam que a falta de servidores é algo de agora. E isso não é má administração da chefia ou de quem é responsável pela cadeia de Cascavel. Isso é um reflexo da falta de contratações”.
Segundo o agente, a transferência de profissionais da PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) há algumas semanas melhorou o trabalho.
Situação ilegal
A reportagem de O Paraná entrou em contato com o Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários) do Estado e a diretora, Petruska Niclevisk Sviercoski a respeito da quantidade de profissionais da cadeia.
Segundo ela, os agentes carcerários não fazem parte do Sindicato, mas eles estão cientes da situação. Petruska ressaltou ainda que a transferência dos agentes da PEC para a 15ª SDP é ilegal.
“Eles são profissionais concursados como agente penitenciário, isso é desvio de função. Sabemos a necessidade no local, mas não podemos deixar um espaço deficitário para tapar um buraco em outro. O que o governo precisa é fazer contratações”.
Já a assessoria de imprensa do Depen (Departamento Penitenciário) do Estado disse desconhecer tal situação e que se há defasagem e isso prejudica o trabalho na cadeia, a responsabilidade é do delegado-chefe da subdivisão.
(Com informações de Tissiane Merlak)
