Santa Helena – Mesmo com todos os atuais desafios, cerca de 300 empresários deixaram seus negócios na última sexta-feira (25) para, honorificamente, ajudar a pensar soluções estratégicas para uma das regiões que mais crescem no País.
Enquanto homens públicos insistem em comprovar que não aprendem com os seus erros, entidades assumem o papel de refletir e de encontrar fórmulas que possam fazer do Brasil um lugar melhor, disse o presidente Sergio Marcucci na abertura do 3º Congresso Caciopar, em Santa Helena.
O centro dos debates do Congresso foram os gargalos estruturais que limitam o desenvolvimento do Oeste e do Paraná. O Pelt, Programa Estadual de Logística e de Transportes, foi detalhado por João Artur Morh, da Fiep, a Federação das Indústrias do Paraná.
Uma das conclusões do estudo é que, diante da falta de capacidade de endividamento dos governos (têm quase 60% dos recursos comprometidos com a folha de pagamentos), outras fórmulas terão de ser empregadas para dotar as regiões produtoras e transformadoras de condições mínimas para que mantenham sua competitividade. Um dos caminhos mais propícios são as PPPs, parcerias público-privadas.
Com base no Pelt, somente obras imprescindíveis nos campos ferroviários, portuários e rodoviárias exigirão, nos próximos 20 anos, mais de R$ 20 bilhões em investimentos no Paraná. O Programa Estadual de Logística e Transportes foi elaborado durante dez anos de debates e com o envolvimento de mais de cinco mil líderes em todo o Estado.
Os encontros ocorreram durante etapas do Fórum Futuro 10 Paraná, que contou com a participação de 16 entidades. O estudo traz diretrizes gerais que, gradualmente, precisarão ser ampliadas com as necessidades e características de cada região, conforme João.
Somente com mais eficiência, teremos condições de competir com o mundo, afirmou.
Paranaguá
Mesmo com todos os seus desafios e com longos períodos sem investimentos, o Porto de Paranaguá tem diferenciais importantes que o mantém no jogo. Um deles é o uso de sistema de correias que ligam nove grandes operadores. Com isso, navios podem ser carregados fracionadamente por diferentes fornecedores.
Atualmente, 50% de todo o fertilizante utilizado no País é recebido no porto paranaense. Algumas mudanças em gestão, por meio de agendamentos, eliminaram as filas de caminhões, entretanto ainda há espera de navios. Alguns chegam a aguardar 20 dias para carregar e só em multa embolsam mais de R$ 1,2 milhão, cada.
O que já foi pago em multas aos navios devido a atrasos supera os R$ 4 bilhões, dinheiro mais do que suficiente para fazer toda a reestruturação necessária para deixar o Porto de Paranaguá entre os mais modernos e eficientes do mundo, diz João.
Além de novos equipamentos e de investimentos em píer e canal, a estrutura precisará contar com novos armazéns para dar suporte ao ritmo de trabalho que ele passará a ter. Entretanto, ao mesmo tempo em que não ajuda e não tem dinheiro para nada, o governo e seus órgãos ainda emperram a execução de obras importantes.
Há mais de três anos, o porto tenta obter as licenças ambientais para fazer as obras necessárias. Esse prazo seria mais do que suficiente para cumprir todas as melhorias previstas.
(Com informações de Jean Paterno)