Novas Laranjeiras – Membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), com o suporte de indígenas da Reserva de Rio das Cobras, mantiveram barreiras por mais de 50 horas em duas rodovias importantes para o escoamento de riquezas e grãos na região do Médio-Centro-Oeste do Estado.
O movimento, iniciado na segunda-feira (5) só terminou na quarta (7), depois que o superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra, ouviu e se comprometeu a dar encaminhamento às solicitações do movimento. Um dos pedidos é trazer a presidente do Incra, Maria Lúcia Falcón, para audiência em Curitiba, já agendada para o dia 21 de outubro.
O MST interrompeu, sem nenhum tipo de oposição, o tráfego em duas das mais importantes artérias rodoviárias do Estado para tentar legitimar crimes que promovem arbitrariamente há anos no interior do Paraná, afirmou um empresário da região de Laranjeiras do Sul que há anos acompanha os reflexos que as invasões do Movimento Sem-Terra provocam. Ele não quis se identificar.
Enquanto o MST fecha rodovias, empresários e moradores de Quedas do Iguaçu se sentem abandonados pelos governos e pela Justiça.
Somos obrigados a engolir toda forma de abuso e perceber que as leis são aplicadas segundo as conveniências, afirma um empresário de Quedas, que lamenta o caos que o movimento trouxe para a região.
A liderança do MST decidiu interromper o tráfego e prejudicar milhares de pessoas, sem se importar com seus compromissos, para exigir agilidade do mesmo governo que tanto defende.
Queremos uma solução para a questão da Araupel, que, de uma forma ou outra, transformaremos em assentamento, afirmava um dos líderes do movimento com a imagem de Che Guevara estampada no peito.
Latifúndio
A primeira invasão a áreas da Araupel, na metade da década de 1990, ocorreu em Rio Bonito do Iguaçu e depois se alastrou a outras áreas do grupo, em Quedas do Iguaçu e na divisa dos dois municípios. Em quase 20 anos, o MST conseguiu 50 mil dos 80 mil hectares da propriedade.
O movimento, que tantos crimes pratica e sai impune de todos eles, tornou-se um dos grandes latifundiários do Estado, costuma afirmar o sócio-diretor da empresa, Tarso Giacomet.
Ele se refere, além de invasões a áreas produtivas, ao corte ilegal de madeira, à sua comercialização por preço irrisório, e ainda o corte de árvores centenárias em locais de preservação e a morte de animais silvestres.