São Paulo – Receosos da conduta dúbia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, e os líderes de movimentos pró-impeachment Rogério Chequer, Kim Kataguiri e Marcello Reis registraram em cartório ontem o novo pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff.
O documento foi registrado em um cartório de São Paulo antes de ser protocolado na Câmara para apreciação de Cunha e reúne argumentos que estão no aditamento ao pedido original de Bicudo, sobre as pedaladas fiscais de 2014, e também informações prestadas pelo Ministério Público de Contas sobre a continuidade das pedaladas em 2015.
Investigado na Operação Lava Jato e assoberbado pela descoberta de quatro contas em seu nome na Suíça, Cunha estaria ultimando os detalhes de um acordo com o Palácio do Planalto para salvar seu mandato parlamentar em troca de não deixar prosperarem os pedidos de impedimento de Dilma na Câmara.
Imoralidade
Ao comentar esse suposto acordo, Reale Jr. afirmou que, se de fato existe, ele “não enfraquece o pedido de impeachment, enfraquece o País, enfraquece o sentimento de moralidade”. Já Bicudo lembrou que “a pessoa física [Eduardo Cunha] é que está sofrendo o processo, não o presidente da Câmara”, o que não enfraquece, segundo ele, as decisões tomadas por ele no cargo.