Cotidiano

Estratégia: Ponte Ayrton Senna vai voltar para o domínio da União

Característica interestadual e por estar em região de fronteira são principais argumentos

Guaíra – O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, refletiu nos últimos meses sobre vários temas ligados a questões rodoviárias no Paraná, um dos celeiros do Brasil.

Três assuntos em especial têm sido tratados com regularidade no Dnit e no Ministério: o domínio da Ponte Ayrton Senna, sobre o rio Paraná, a gestão de trechos da BR-163 e a renovação com o Estado do percurso de mais de dois mil quilômetros de rodovias federais que formam o Anel Rodoviário de Integração.

Na semana passada, um grupo de líderes esteve em Brasília para audiência com Rodrigues e técnicos do Dnit. Além do início das obras de duplicação no trecho de 38,9 quilômetros entre Marechal Cândido Rondon e Toledo, eles reivindicaram que a União permaneça como responsável pela manutenção da 163 – haveria o interesse do Estado de obter domínio da rodovia. O ministro ouviu e disse que os temas têm sido debatidos com cautela e tecnicamente entre os órgãos que, de uma forma ou outra, estão ligados ao modal rodoviário.

Ainda no fim de semana, o ministro conversou com parlamentares e líderes do governo paranaense para comunicar que a Ponte de Guaíra, que liga Paraná e Mato Grosso do Sul, voltará a ser gerida pela União em breve. A mudança não tem qualquer conexão política e sim estratégica, conforme o ministro.

“Ela liga dois estados, conecta regiões brasileiras e também o Brasil ao Paraguai. Por isso, ela precisa contar com reforços para servir ainda melhor ao seu País”.

Entre os projetos previstos estão a implantação de controle de alfândega e ampliar a presença do governo no local por meios de estruturas da Polícia Rodoviária e da Polícia Federal.

Mesma lógica

Na audiência com o ministro no meio da semana passada, empresários de Rondon e de Toledo perceberam clara disposição do Dnit e do Ministério dos Transportes em manter o domínio de toda a extensão da 163, processo de recuperação iniciado há cerca de sete anos e que levou inclusive à desativação de balanças, a exemplo da de Lindoeste. Entre os aspectos considerados para não cedê-la ao estado do Paraná estão a característica interestadual da rodovia e por estar próxima de regiões de fronteira.