Cotidiano

Escola Pública: Crise reduz procura por matrículas na rede privada

Na região Oeste queda de 12% é observada nas faculdades particulares

Foz do Iguaçu – As matrículas na rede estadual de ensino básico no Paraná após anos consecutivos em queda expressiva devem registrar um resultado melhor em 2015. A expectativa de mudança se deve ao começo de uma transição nas escolas em consequência da crise econômica que desacelerou o índice de crescimento da rede privada.

Algumas instituições de ensino, inclusive, já registram diminuição de 6% no número de matrículas neste ano, de acordo com o Sinep-PR (Sindicato das Escolas Particulares do Paraná). Os dados oficiais deverão ser divulgados somente no ano que vem. Para 2016, a expectativa é de uma “leve queda”, tanto na educação básica quanto na superior.

Nas regiões de Foz do Iguaçu e de Cascavel, o índice de matrículas no ensino básico da rede privada se manteve igual ao do último ano, quando foram registrados 26.782 alunos.

“Não perdemos alunos e para 2016 a nossa expectativa é manter esse número. Apesar do cenário que predomina no Estado e no País, percebemos que os pais priorizam o ensino privado no Oeste, até mesmo com receio de paralisações nos colégios públicos”, afirma o diretor-presidente da regional Oeste do Sinep, Airton Bonet.

O reflexo da crise na região, entretanto, foi observado nas instituições de ensino superior. Em algumas faculdades e universidades, a redução de alunos chegou a 12% neste ano.

“A queda ocorreu principalmente nas instituições que dependiam de financiamentos e tiveram cortes. Com isso, o número de alunos interessados no ensino superior diminuiu”, explica Bonet.

Cenário na rede estadual

De acordo com dados dos núcleos regionais de Educação do Oeste, atualmente estão matriculados 94.983 alunos no ensino fundamental e médio; 5.003 a menos em relação ao último ano. Já em comparação a 2010, a redução no número de estudantes foi de 35.510, ou seja, 27%.

No Paraná, conforme dados preliminares do Censo Escolar, são mais de 946 mil alunos matriculados na rede estadual de ensino, uma redução de aproximadamente 28 mil na comparação com 2014. Anteriormente, essa queda chegou a quase 52 mil.

Inadimplência

De acordo com a Serasa Experian, a falta de pagamentos dos estudantes do ensino fundamental e médio (escolas particulares) cresceu 25,9%, enquanto a taxa de inadimplência do ensino superior cresceu 22,4% nos seis primeiros meses do ano ante mesma período de 2014. Com isso, os débitos em escolas de ensino fundamental e médio ficou em 27,2% e das universidades, 25,3%.