Cotidiano

Mais de 60% das cidades da região Oeste perderam habitantes

Assis foi o município que mais sofreu, com redução de 45.575 habitantes

Assis Chateaubriand – Quatro décadas pode representar tempo bastante para o desenvolvimento de uma cidade. As projeções geralmente são otimistas e preveem que cada vez mais o espaço escolhido para viver, trabalhar e constituir uma família esteja em ascensão.

Apesar de os índices econômicos de alguns municípios do Oeste seguirem essa crescente, puxados principalmente pelo setor do agronegócio, há fatores que ainda os impedem de serem verdadeiros empórios.

Uma das condicionantes é o encolhimento populacional, que na região atingiu 31 dos 50 municípios. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 1970 a 2010 – data do último censo – 62% dos municípios do Oeste perderam habitantes.

A situação mais crítica ocorreu em Assis Chateaubriand, que há 40 anos possuía 78.600 moradores. Emancipada em 1966, a cidade foi desmembrada do distrito de Tupãssi, pertencente a Toledo, e passou a andar com as próprias pernas.

Na década de 1980, o número de habitantes já havia caído significativamente, chegando a 54.629 pessoas. A partir daí, os índices populacionais só caíram. Em 1991 eram 39.737 habitantes, quase 30% a menos do que o dado anterior. Já em 2000 eram 33.317 moradores, e no último censo, em 2010, restaram 33.025 pessoas.

Mudanças

O que agravou a situação dos primeiros municípios da região foi a emancipação de outros. É o caso de Céu Azul, que reduziu de 23.219 em 1970 para 11.032 em 2010. De acordo com a prefeitura, o grande divisor de águas nesse período foi a emancipação de Vera Cruz do Oeste.

Somente a partir dessa data é que se pode fazer algum comparativo a respeito de perda ou não de habitantes no município. O primeiro prefeito da nova cidade só surgiu em 1983. O movimento emancipatório iniciou com a criação do município (Lei Estadual nº 7.269 de 27 de dezembro de 1979), mas Vera Cruz só foi instalado em 1º de fevereiro de 1983. Toda a população que morava na região norte de Céu Azul (distrito de Vera Cruz) passou então a pertencer a outro município.

Como forma de incentivo ao longo dos anos, Céu Azul criou quatro distritos industriais gerando aos empresários e à população novas oportunidades de emprego e renda. Também mais recentemente passou a contar com um polo da UAB (Universidade Aberta do Brasil) com cursos de graduação e pós-graduação.

A gestão municipal atribui a saída de pessoas à busca de oportunidades de emprego ou estudos em centros maiores. Mas destaca que, em contrapartida, outros chegaram ao município em busca de tranquilidade e segurança para criar seus filhos, características das pequenas cidades.

Municípios que também encolheram de maneira expressiva foram Formosa do Oeste (-36.737), Corbélia (-23.360), Terra Roxa (-21.478), Nova Aurora (-18.722), Catanduvas (-15.524), Palotina (-14.322), Guaraniaçu (-14.067) e Matelândia (-8.483). 

(Com informações de Marina Kessler)