Cascavel – A dona de casa Rosangela dos Santos, de 22 anos, teve o primeiro filho este ano. O pequeno Guilherme, hoje com sete meses, nasceu aos seis meses de gestação. O motivo foi a hipertensão materna.
“O meu bebê veio antes do tempo devido à minha pressão arterial sempre estar alta. Ele ficou dois meses entre a UTI e UCI. Agora trago ele para fazer acompanhamento médico. Não tenho do que reclamar. A estrutura do Hospital Universitário é ótima. Tive meu filho antes do tempo e ocorreu tudo bem”, afirma.
Assim como Rosangela, Fabiana Rodrigues, também mãe de primeira viagem, aos 18 anos teve a filha com sete meses de gestação.
“Ela nasceu com 1,805 quilo e hoje está com 2,765 quilos. Desde que nasceu, após 20 dias na UTI ela vem fazendo acompanhamento para ver o crescimento e o ganho de peso”, frisa.
De acordo com OMS (Organização Mundial da Saúde), o índice preconizado na mortalidade infantil é de dez a cada 1000 nascidos vivos. No próximo dia 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Prematuro.
De acordo com o HU (Hospital Universitário), de janeiro até julho foram realizados 122 nascimentos prematuros. Desse total, 12 crianças faleceram, sendo seis por óbitos inevitáveis, ou seja, por má formação ou outras complicações. Os números representam 9,8% na taxa de mortalidade.
Ao longo de 2014, foram 286 recém-nascidos. Desses, 97 acima de 2,5 quilos que precisaram de atendimento médico. No geral, foram 29 mortes, o que representa 10,14%.
Segundo a enfermeira coordenadora do Projeto Seguimento do Prematuro criado em 2012, Francislene Bienderman, entre os principais motivos dos nascimentos prematuros está a hipertensão.
“Independente da idade, a maioria das mães sofre oscilação com a pressão alta, o que afeta o desenvolvimento do bebê no útero. Depois da hipertensão, vem o descolamento da placenta e infecções maternas. Claro, também tem a questão dos bebês com má-formação”, explica.
Seguimento Prematuro
Desde 2012 o HU oferece aos bebês prematuros o Projeto Seguimento do Prematuro. Todos os recém-nascidos antes do tempo ganham o acompanhamento no ambulatório do Hospital com atendimento de nutrição, fisioterapia, psicologia, assistente social, enfermagem e médico.
“Nós criamos o projeto sem ajuda de custo alguma do governo estadual. Todas as sextas-feiras, no período da tarde oferecemos consultas e atendimentos para os bebês. Ao ganhar alta do HU a mãe já sai daqui com o agendamento marcado”, explica Bienderman.
Hoje os dez leitos da UTI Neonatal estão ocupados, mas o hospital também oferece mais dez leitos na UCI (Unidade de Cuidados Intermediários). Outro fator que também colabora com a prematuridade é a falta de pré-natal.
