Cotidiano

Vendedores ambulantes dizem sofrer perseguição de fiscais

Caso mais recente teria ocorrido na semana passada

Cascavel – De acordo com a Acac (Associação dos Camelôs Ambulantes de Cascavel), os comerciantes ambulantes continuam sofrendo perseguição e pressão de fiscais mesmo depois da Lei dos Ambulantes, regulamentada em junho.

Segundo a associação, o caso mais recente ocorreu na semana passada com a vendedora Angélica Cristina de Freitas. Ela foi abordada na Avenida Carlos Gomes, onde trabalha há cinco anos. A comerciante acusa fiscais da prefeitura de perseguição, além de ofensas feitas por um fiscal identificado como Mário.

“Ele disse que eu sairia dali por bem ou por mal e que se eu não saísse, iria destruir a minha mercadoria. Ele também me ofendeu na frente de várias pessoas. Ele não tem o direito de me ofender e há testemunhas disso”.

Angélica registrou um boletim de ocorrência, no qual foi descrito que o fiscal exigiu a retirada de todas as mercadorias, no entanto, a vendedora explicou que já havia um protocolo que dava condições para se trabalhar naquele local.

Um vídeo enviado à reportagem, gravado no mesmo dia, mostra o fiscal atendendo o marido de Angélica na prefeitura, que foi buscar explicações. O fiscal repassou o caso para uma servidora chamada Josilei que diz que o protocolo apresentado não vale nada, além de afirmar que se caso houver nova ocorrência, todas as mercadorias terão de ser apreendidas.

 “Engraçado é que nos disseram que se alguém viesse reclamar, o protocolo nos daria um respaldo de que estamos aguardando a regularização. Agora dizem para a gente que o protocolo não vale nada. Pelo jeito querem que a gente aguarde sair o alvará para trabalhar”, diz Angélica.

Prefeitura diz que não houve abuso

A secretária de Finanças, Sonia Klann, afirma que tão logo o Município tomou conhecimento do caso foi conversado com o fiscal que respondeu não ter ofendido a vendedora.

“Trata-se de um funcionário experiente. O que ocorre muitas vezes é que o fiscal acaba não sendo bem recepcionado e o ambulante quer defender o lado dele. Não houve abuso, a não ser que ela consiga provar que foi da forma como ela relatou”.

Sobre o trabalho desenvolvido pelo fiscal, Sonia informou que houve uma reclamação pelo serviço telefônico Ouvindo Cidadão e se constatou que a vendedora ocupava um espaço da calçada maior do que se poderia e também que não houve o recolhimento da mercadoria, apenas a orientação para retirada dos produtos.

(Com informações de Marcelo Machado)