Os gigantes da vez na seleção têm 2,09m, são centrais e não sofreram bullying na escola. Maurício Souza, que antes do esporte foi servente de pedreiro, brinca que, mesmo alto, precisava do andaime para subir a obra. Mas não é desengonçado.
? Eu sei dançar. E bem ? brinca o central, para quem os mais altos estão um passo à frente. ? Para atacar e bloquear é mais fácil, não precisa saltar tanto. Os mais baixos fazem mais esforço, têm mais impacto nas articulações.
Maurício, que chama o russo Dmitriy Muserskiy, de 2,18 m, de gigantesco, afirma que o segredo do Brasil é a mescla:
? O Muserskiy é enorme até para mim. E faz diferença na Rússia. Mas não podemos nos pautar por eles. Nosso sucesso, nosso DNA, é a mistura com os menos altos, mas habilidosos.
VITÓRIAS BRASILEIRAS
Técnico do Bento Gonçalves, o ex-jogador Paulão também diz que o brasileiro é uma mescla de técnica e rapidez. E que centrais versáteis, ?que se mexem bem?, mesmo abaixo dos 2,00m, são fundamentais:
? Ser alto ajuda, mas não é determinante. Temos tradição de atacantes mais baixos, desde Renan, Montanaro, Giba e Murilo. Todos craques, eleitos melhores do mundo em algum momento da carreira.
O titular da seleção Lucão (2,09 m) acredita que os altões têm vantagem, e diz que o vôlei, com as conquistas das últimas décadas, acabou atraindo-os:
? Por causa do boom do vôlei nos últimos 20 anos, os grandalhões apareceram. Eu, inclusive. O vôlei me roubou do basquete (jogou até os 16 anos). Time baixo pode até ganhar. Mas terá de se superar.
Neste sábado, na Liga Mundial, o Brasil venceu a Bulgária por 25/14, 25/21 e 25/12 e, semana que vem, joga contra França, Polônia, e Bélgica. A seleção feminina bateu a Bélgica por 13/25, 25/19, 25/16 e 25/18. Hoje, às 11h30m (de Brasília), enfrenta a Turquia. O Sportv 2 transmite.
