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Operários da Vila dos Tratadores, em Deodoro, têm problemas no pagamento

2016_889833392-deodoro_-_centro_de_hipismo_-_baias_-_credito_-_renato_sette_.jpgUm impasse entre as empresas responsáveis pelas obras no Centro de Hipismo, em Deodoro, pode ser obstáculo à entrega do último dos três prédios da Vila dos Tratadores, marcada para a próxima segunda-feira após um ano de atraso.

Contratada pela prefeitura em licitação sem concorrência, em caráter de emergência, no decorrer da obra da Vila em substituição à Ibeg, a Tensor Empreendimentos terceirizou parte dos serviços à Webert Construtora e Operadora, com sede em Nova Iguaçu. O problema: segundo a Tensor, a Webert não apresentou comprovantes de recolhimento de FGTS, INSS e contribuições sindicais. Por isso, a Tensor reteve fatura destinada ao pagamento de parte dos 300 operários.

Na última quarta-feira, parte dos funcionários fizeram paralisação de advertência. A Tensor acionou a polícia e o trabalho voltou ao normal.

O Sindicato da Construção Leve (Sintraconst-Rio) impôs a condição de voltar ao local na segunda-feira para verificar se houve regularização ou anúncio de data para o pagamento. É o mesmo dia marcado para a entrega do prédio de seis andares e 72 apartamentos para tratadores e veterinários. Se não houver sinalização positiva para o desfecho, eles vão negociar outra paralisação.

O Sintraconst quer que a Tensor, como responsável direta, assuma o pagamento, mas a empresa se recusa.

? O sindicato quer que eu pague aos funcionários. Se eu pago sem o recolhimento dos impostos, posso sofrer as consequências, porque eles (Webert) não apresentaram as guias dos impostos. Essa paralisação é de pessoas ligadas ao sindicado. Chamamos a polícia e voltamos ao trabalho ? disse Maria Helena Mota, diretora comercial da Tensor, que garante a entrega do último prédio na segunda.

O GLOBO procurou a Webert, mas ninguém atendeu ao telefone no horário comercial.

? Obras relativas aos Jogos estão deixando um rastro de desrespeito à CLT e à convenção coletiva ? disse, em nota, Carlos Antônio, presidente do Sintraconst-Rio, que lista em seu site problemas como dois meses de salários atrasados e falta de regularização na CLT.

Já a empresa Zadar Construtora, outra terceirizada pela Tensor no Centro de Hipismo, obra mais atrasada dos Jogos (atualmente na finalização da pista de aquecimento), conforme detalhado no Portal da Transparência do governo federal, que investiu R$ 157,1 milhões nas obras ? somente o custo da Vila é de R$ 29 milhões ? teria problemas para reembolsar os gastos dos funcionários com transporte e não respeitaria o descanso de um dia de trabalho semanal para acelerar a obra.

A assessoria de imprensa da Zadar garantiu que pôs tudo em dia, ontem mesmo, após contato do GLOBO com um funcionário, em Niterói.

A prefeitura informou que acompanha o processo em Deodoro e não crê que o problema vá atrapalhar o cronograma. O Comitê Rio-2016 preferiu não comentar.