Depois de três semanas que o tornado deixou um rastro de destruição em Cascavel, a “sujeira” ainda se acumula pelas ruas com árvores e galhos caídos e cortados, restos de telhas e muito entulho. Apesar do trabalho permanente, nem tudo foi removido e o serviço que deve demorar pelos menos mais duas semanas. No entanto, a quantidade de lixo já recolhido chama a atenção: mais de mil toneladas no total que precisam da destinação correta.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Nei Haveroth, a estimativa é que as equipes já conseguiram executar cerca de 65% do trabalho, mas tem ainda muita coisa a ser feita. “Estamos trabalhando dentro da capacidade das equipes da secretaria. Temos uma demanda na cidade toda de trabalho diário e diminuímos esse atendimento, mas não podemos deixar de atender, por isso, as equipes estão conciliando atender as demandas diárias que temos e ir atendendo aos pedidos [de retirada dos entulhos]”, explicou.
Haveroth destacou que é importante que as pessoas tenham paciência, já que é um caso que não estava previsto, mas o atendimento será feito e estão empenhados para terminar o quanto antes. “Estamos pedindo apoio de algumas secretarias com o caminhão caçamba, para conseguirmos agilizar um pouco mais e terminar o quanto antes nessa reta final”, salientou.
O secretário lembrou que no primeiro momento o trabalho ficou concentrado na desobstrução de vias e corte de árvores, já que com a passagem do tornado, muitas árvores tiveram os galhos rachados. “Fomos fazendo aquilo que era prioritário, agora temos que fazer um acabamento final de retirada de galhos, árvores que estavam em risco ainda, que não tinha sido feito no primeiro momento”, frisou.
Ney Haveroth alertou ainda que, como muitos galhos estão secando, tem pessoas colocando fogo e que é de fundamental importância não fazer queimadas para evitar ainda mais riscos desnecessários. “Quem ver esse tipo de situação pode estar denunciando, porque estamos atentos aos casos com o setor de fiscalização, já que pode provocar um incêndio maior, desencadear uma grande proporção em uma rua que ainda tem muito galhos”, finalizou.
Após o torando, mais de 40 trabalhadores estiveram envolvidos na remoção de árvores que caíram devido à força dos ventos; foram mais de 500 árvores atingidas em toda cidade. Não é a primeira vez que um tornado causa prejuízos em Cascavel. A primeira vez foi no fim de 1999; outro no dia 16 de outubro de 2009, causando estragos consideráveis na cidade.
FGTS: Caixa ainda não recebeu a oficialização do decreto do MDR
O tornado categoria “F2” passou pela cidade nas primeiras horas da quarta-feira, dia 4 de outubro, deixando um rastro de destruição, com ventos superiores a 180 km/h, atingiu principalmente os bairros Santa Cruz, Alto Alegre, Maria Luíza, Parque São Paulo e Cataratas, em um percurso que foi possível visualizar após imagens de drone registradas pelo próprio Poder Público municipal. Cerca de 30 horas depois, a Prefeitura de Cascavel publicou o decreto de situação de emergência.
O decreto possibilita o saque do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para aqueles que têm o valor disponível (pessoa física) e ainda o acesso a linhas de crédito com juros subsidiados às empresas (pessoas jurídicas) pela Agência de Fomento do Paraná. O decreto foi expedido após um relatório da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros que apontou os danos do tornado e, segundo a Prefeitura, existia um prazo de 15 dias para o valor ser liberado.
Ocorre que mesmo com a publicação do decreto, é necessário que ele seja homologado pelo o MDR (Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional). Após a homologação é que inicia o processo interno da Caixa Econômica para disponibilizar o link com a indicação da cidade, para que os trabalhadores possam pedir os recursos por meio do aplicativo FGTS, seguindo os passos para solicitar o resgate dos valores.
Nesta quarta-feira (25) a reportagem do Jornal O Paraná conversou com a assessoria de imprensa da Caixa que disse que o banco ainda não recebeu nenhum documento do Governo Federal, para dar prosseguimento ao processo, ou seja, não existe um prazo para que isso ocorra, já que depende da homologação. Depois de homologado, o Município fará a indicação dos bairros das áreas atingidas pelo desastre e apresentar a Declaração de Áreas Afetadas ao banco para habilitação ao saque.
Após esta habilitação os trabalhadores residentes nas áreas afetadas poderão solicitar o saque de maneira 100% digital no Aplicativo do FGTS, sem a necessidade de comparecer a uma agência, sendo que o valor máximo para retirada é de R$ 6.220,00. Ainda segundo a assessoria, o banco está auxiliando as autoridades locais do município no sentido de agilizar a habilitação para liberação dos valores aos trabalhadores.
A Prefeitura já divulgou uma prévia dos bairros em que os moradores poderão sacar o benefício, são eles: Coqueiral, Interlagos, Periolo, Cascavel Velho, Veneza, Country, Cataratas, Presidente, Canceli, Florêncio, Centro, Neva, Pacaembu, Maria Luiza, Ciro Nardi, Parque São Paulo, Santa Cruz, Alto Alegre, Universitário, Jardim Social, São Francisco e Jardim Palmeiras.
Foto: Katúscia da Silva/O Paraná