O caso de estupro de um menino de apenas 9 anos no início da noite de sexta-feira (20), no Ecopark Oeste, levantou um alerta aos pais e à sociedade como um todo, referente à questão de deixar as crianças sozinhas em locais públicos. Um ambiente que deveria ser familiar, acabou virando cenário da evidência de um descuido ou a negligência familiar, visto que uma criança de 9 anos não tem idade para ficar desacompanhada de um adulto responsável.
No fim da tarde desta segunda-feira, a o 5º Comando Regional informou que o setor de inteligência da Polícia Militar do 5º CRPM localizou o suspeito de ter cometido o abuso infantil.
A cidade tem uma série de praças e parques públicos que acabam sendo amplas e que, em alguns momentos, ficam sem a fiscalização integral de adultos ou da própria Guarda Patrimonial.
No dia do atendimento, a Polícia Militar buscou imagens das câmeras de segurança no local, porém, não estavam funcionando. Durante o fim de semana, uma casa próxima ao local cedeu imagens que mostram a criança sendo levada de bicicleta pelo suspeito.
A delegada do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes), Mariana Vieira, falou com a imprensa sobre o caso na manhã de segunda-feira (23) e aproveitou o momento para “alertar os pais” quanto a deixarem os filhos sozinhos neste tipo de local.
Vieira ressaltou que como o caso corre em segredo de Justiça, por isso, nem todas as informações podem ser repassadas, mas questionada sobre o fato de a criança estar sozinha, disse que os pais devem procurar manter com seus filhos uma relação de diálogo e de confiança, sempre passando orientações de não conversar com estranhos, de não aceitar nada que esses estranhos lhe oferecem, já que muitas vezes o abusador, o criminoso, vai chegar com uma história sedutora para essa criança.
“É importante esse diálogo e orientação constante dos pais com seus filhos para que evitem o contato, não aceitem, não acompanhem nenhum estranho”, salientou a delegada. Sobre o caso, ela disse que desde que o Nucria soube do ocorrido tem se empenhado na elucidação estando com os fatos avançados. “O caso tramita em segredo de Justiça para preservar a vítima e a família até que todos os fatos sejam esclarecidos”, frisou a delegada.
Durante a coletiva de imprensa foi apresentada uma bicicleta apreendida pelo o GDE (Grupo de Diligências Especiais), camiseta e o par de chinelo do menino. A bicicleta utilizada durante o crime estava em posse de outra pessoa, ou seja, ela havia sido emprestada ao criminoso, que vai responder pelo crime de estupro de vulnerável e pode ser ainda que responda por tentativa de homicídio, já que segundo a vítima, depois de ser abusado, ele teria tentado afogá-lo no açude.
Sobre o caso
O menino de nove anos estava na quadra poliesportiva do Ecopark Oeste, quando foi levado de bicicleta por um desconhecido até uma área de mata supostamente para nadar, local onde acabou sendo violentado. O garoto conseguiu fugir do criminoso e pedir ajuda em um condomínio nas proximidades. A família foi encaminhada para a rede de proteção, coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social.
Por meio de nota a Sesppro (Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção à Comunidade) disse que o Município de Cascavel investiu, nos últimos anos, em equipamentos, viaturas e força humana para auxiliar na segurança pública, atribuição do Estado, mas que é compartilhada pela Prefeitura, por meio Sesppro, sem invadir a competência dos demais órgãos que atuam no setor.
Segundo a Sesppro, o Município está prestando apoio necessário aos órgãos de segurança que investigam o caso ocorrido na última sexta-feira (20) no Ecopark Oeste. As autoridades investigam, inclusive com imagens obtidas do suposto agressor no momento em que a vítima foi abordada. Por envolver criança, a investigação é sigilosa.