“É com muito orgulho que eu retorno”, declarou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao chegar à sede do Partido Liberal, em Brasília. O ex-chefe do Executivo foi recebido pela esposa e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro (PL), o presidente nacional do Partido, Valdemar Costa Neto, e o secretário nacional de Relações Institucionais da sigla, general Walter Braga Netto e outras autoridades.
Ao receber cumprimentos aos gritos de “O Capitão voltou”, Bolsonaro exaltou os congressistas. “O Parlamento está nos orgulhando, pela forma de se comportar, de agir lá dentro, fazendo realmente o que tem que ser feito, e mostrando para esse pessoal aqui, por ora e que no pouco tempo que está no poder, não vão fazer o que bem quer do futuro na nossa nação”, disse.
“Nós somos aproximadamente 20% das bancadas, a gente e outros colegas nossos, somos a maioria dentro do Congresso e nós queremos o melhor para o nosso país. Hoje em dia a bola está com vocês. Temos a maioria dentro do congresso e nós queremos o melhor para o nosso país. E hoje em dia a bola está com vocês”, ressaltou ao lembrar que o PL compõe cerca de 20% das bancadas da Câmara dos Deputados.
“Estarei com vocês. Tenho certeza de que vocês conduzirão o Brasil para o próspero. Todos aqui deixamos uma marca no Brasil. A marca da nossa bandeira, verde e amarelo”, completou Bolsonaro em um breve discurso.
Na sede do PL, o ex-presidente participou também de reunião com o presidente Valdemar Costa Neto, Michelle Bolsonaro, general Braga Netto, parlamentares e lideranças da legenda. O presidente do PL elogiou Bolsonaro e celebrou seu retorno ao Brasil. “Você sempre fez falta e sempre fará falta, porque o movimento que você construiu para o Brasil veio para ficar”.
Torcida pelo Brasil
Em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan, Bolsonaro afirmou torcer pelo Brasil e que não quer que o país afunde para que ele seja visto como “salvador da pátria” e que fará expediente no PL, dará sugestões e tem grande preocupação com o futuro. “Quem faz a oposição são os parlamentares. Chego na condição de uma pessoa mais velha, experiente, que vai fazer expediente no partido, servir de consulta para quem assim o desejar. Também vou dar minhas sugestões, ter uma linha direta com a liderança do partido na Câmara e no Senado. Nós não somos oposição, somos pró-Brasil. Queremos que o Brasil vá para frente. Não queremos que o Brasil afunde para aparecermos como salvadores da pátria. Há uma preocupação muito grande com o destino do nosso país, em especial no tocante a economia”, disse.
Processos
Sobre os processos que enfrenta tanto no âmbito eleitoral quanto no criminal, Bolsonaro dise que na ver “materialidade” nos casos eleitorais e que a PGR pediu o arquivamento dos itens relativos à CPI da Covid. “A questão do TSE: o advogado do partido está tratando desse assunto. Eu não vejo materialidade em nada. A ação mais forte contra mim é uma reunião com embaixadores em meados do ano passado. Por quê? A política para tratar com embaixadores é prerrogativa minha. Não vejo motivo para me julgar inelegível por isso. Pressão criminal é, basicamente, a CPI da Covid. A PGR tem pedido arquivamento de praticamente tudo”, disse.
Revigorado
Em um vídeo gravado após o encontro na sede do PL, Bolsonaro ressaltou que depois de três meses fora do país voltou revigorado, e que vai trabalhar junto com seus aliados pelo melhor do Brasil. “Juntando com todos os colegas para que nós possamos direcionar o nosso país para aquilo que nós entendemos que é o seu destino, paz, prosperidade, ordem e progresso. Agradeço a todos por esse momento, por essa oportunidade, juntos nós escreveremos o futuro do nosso país”, disse Bolsonaro.
Foto: Natanael Alves/Partido Liberal
CPMI de 8 de janeiro
Jair Bolsonaro também defendeu ontem, mais uma vez, a instalação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para apurar os atos de 8 de janeiro. Segundo ele, atos teriam sido “horas antes” e citou falhas na segurança da Esplanada dos Ministérios. “O episódio do dia 8 vai ser esclarecido via CPMI, que em um primeiro momento o Lula e seus políticos queriam e conseguiram assinaturas. Se gabavam: ‘Conseguimos as assinaturas e vamos enterrar a direita’. Viram que não foi bem assim. A CPMI vai trazer a verdade e mostrar o que aconteceu”, iniciou o ex-presidente. “Ninguém concorda com essa invasão. Pelas informações que nós temos, aqui foi preparado horas antes. […] Se você ver, tem uma imagem de drone onde o pessoal estava lá no Congresso e do lado ali da Presidência e do Supremo, tinha lá uns 60 seguranças, e depois eles sumiram de lá”, acrescentou.