Opinião

Coluna AMC: O amor

Coluna AMC: O amor

Não tenhas medo, pois a vida é assim mesmo. Esta força estranha, e que te amedronta hoje, chama-se Amor. Amor!  Começa fraquinho e depois cresce, cresce, parece maior que o mundo, o universo todo. O pequeno pássaro, no primeiro voo, também tem medo. Ele pensa muito, ameaça, recua, mas depois se lança buscando pequenas distâncias. A liberdade, a vida, a razão do voo o chama. É assim o Amor.

Amor com letra maiúscula, mesmo. Ninguém consegue segurar uma paixão, que pode representar um começo de Amor, se não for algo apenas de momento ou de circunstância. Quando ama, uma pessoa se torna grande. Grande na capacidade de se entregar para outra pessoa. Mas, ao mesmo tempo, pequena, porque às vezes, e não é tão incomum, não se é correspondido. E se sofre. Se sonha muito. Se chora. Se tem saudade, saudade até do sonho de se estar com alguém.

Às vezes é apenas um gesto de longe, um olhar mais demorado, um pequeno tocar nas mãos de quem se ama. Uma lágrima numa despedida. Um aperto no peito ou um balanço no coração. O Amor pode ser apenas um pensar. Pensar o tempo inteiro. E se fosse maior o dia, mas tempo se pensaria. O amor também é um período de espera, de desejo. É uma vontade de sonhar acordado. O amor é um caminho que se deseja e espera apenas ter início e recomeços. Ninguém deseja encontrar o fim. E antes desse fim chegar, o Amor já se foi. Quando se ama se acorda com um sorriso nos lábios, e feliz se passa todo o dia. E, quando se deita para dormir, há também um sorriso nos lábios, pelos sonhos que certamente se sonhará.

Todos que amam, sonham. E os sonhos de quem ama são sempre sonhos bons. Não se tem medo quando se ama. Ou melhor, existe apenas um medo: o de deixar de amar, ou não ser correspondido. Enfim, o medo de o Amor terminar. Pois por mais que se tente, um Amor de uma pessoa só não dura muito tempo. É como a terra que não resiste sem a chuva, como o jardim sem cuidador.

O Amor não manda aviso, ele toma conta. Por isso, agora que tu escutas uma doce melodia de flauta o tempo todo, e que achas que tudo o que te rodeia tem um colorido muito especial, e que o sol nunca brilhou tão intenso no dia e que as constelações de estrelas nunca foram tão lindas e esplendorosas na noite, e que sentes o tempo passar bem devagarinho, podes ter uma certeza: amas. E, acima de tudo, se a tudo tu perdoas: amas profundamente!

Dr. Márcio Couto – Médico Cardiologista – CRM-PR 14933 – Membro da diretoria da AMC.

*O texto do médico Márcio Couto desta semana fala do amor, cuja maior e melhor tradução conhecida pode se personificar na imagem da mulher, que gera e inspira a vida. Um texto também alusivo ao Dia Internacional da Mulher, 8 de Março.