Opinião

Coluna AMC: Ansiedade: ela pode atrapalhar

Coluna AMC: Ansiedade: ela pode atrapalhar

Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul bem recente entre a população que procura atendimento médico registrou que 80% das pessoas referem sentir mais ansiedade após o advento da pandemia da Covid-19. A ansiedade pode ser considerada, na medicina, como um mecanismo de defesa. Algo não vai bem quando sinais e ou sintomas leves de ansiedade se tornam mais complexos. Podemos relacionar algumas das manifestações: sensação indescritível de mal estar, inquietação, alteração do sono, palpitações, taquicardia, desconforto no estômago, tensão muscular, suores, preocupação antecipada e/ou excessiva, pensamentos indesejados / pesadelos, dificuldade de concentração, medo exagerado e irritabilidade.

Um aspecto que não pode ser esquecido é que a ansiedade pode tornar-se a porta de entrada da depressão, o chamado “mal do século”. O que se percebe na clínica, no dia a dia, é uma prevalência maior tanto da ansiedade como das demais patologias psiquiátricas. É importante que pessoas da comunidade, no trabalho, na família e em qualquer circunstância identifiquem o problema em seu mundo de relacionamentos e ajudem a resolver ou minimizar os danos, que incluem o correto diagnóstico, tratamento médico e psicológico adequados. O tempo, em geral, também ajuda. Mas a utilização de medicamentos, quando necessários e prescritos pelo médico de sua confiança, é importante.

Dentre as recomendações para uma vida mais tranquila e menos ansiosa, temos as seguintes: ter uma ocupação, com rotina de atividades diárias; conversar mais – ter uma  lista com pelo menos 10 pessoas, entre amigos e familiares; manter boa saúde física – tudo começa com boa hidratação;  alimentação adequada com restrição de carboidratos e gorduras; associação com boas pessoas e boas ideias; respeitar a opinião e o estilo de vida dos demais; atentar para a gentileza e a reciprocidade; ter convivência com várias gerações; manter o equilíbrio nas contas e finanças;  a residência deve ser uma espécie de santuário da paz – notadamente no período da noite – deixe para resolver questões mais delicadas depois que o dia amanhecer; ter bons hábitos de higiene; observar uma educação continuada (o aperfeiçoamento nunca termina), em todos os sentidos, profissional ou para capacitar-se em outras atividades, como para o lazer; e procurar dormir bem.

Márcio Couto, CRM/PR 14933