Política

Pacheco: “O dever de um homem público é estar à disposição”

O Jornal O Paraná dá sequência à série de entrevistas especiais com os deputados cascavelenses eleitos no pleito de 2022 que irão representar o município e a região na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa do Paraná

Pacheco: “O dever de um homem público é estar à disposição”

Cascavel – O jornal O Paraná dá sequência à série de entrevistas especiais com os deputados cascavelenses eleitos no pleito de 2022 que irão representar o município e a região na Câmara Federal ou na Assembleia Legislativa do Paraná.

O segundo entrevistado dos nossos encontros é o policial federal e deputado estadual Marcio Pacheco (Republicanos), que se elegeu pela terceira vez para ocupar uma cadeira no legislativo estadual. Pacheco foi um dos 27 candidatos a deputado estadual por Cascavel no pleito de 2022 e conseguiu 36.423 votos, o que levou ele a conquistar uma das 54 vagas de deputado estadual.

Durante a conversa com O Paraná, Pacheco falou sobre o trabalho que pretende desenvolver nos próximos quatro anos na Alep, a representatividade do Oeste na Casa de Leis e se deverá ou não ser candidato a prefeito de Cascavel nas eleições municipais de 2024.

O Paraná – Com a exceção de Professor Lemos você foi o único deputado estadual de Cascavel reeleito. Qual a conclusão que você tira dessa situação?

Pacheco – Eleição é sempre complexa, não existe uma eleição fácil. E quando você fala de um pleito de disputa de uma das vagas na Assembleia Legislativa é uma guerra de gigantes. A maioria dos candidatos que disputam uma vaga a deputado estadual são pessoas quem tem história, que tem estrutura, que tem conjuntura, que tem contextos e, às vezes, tem as surpresas, você pode estar o tempo que tiver na política, mas pode haver um contexto que acontece no meio de uma eleição ou no decorrer dela que você não consegue visualizar. Então essa eleição nós tivemos alguns contextos que não eram possíveis serem previstos antes. Uma eleição difícil, dificílima… Mas, ao mesmo tempo, claro, uma honra imensa para mim, além de ser o único deputado reeleito de Cascavel, também uma honra imensa ser o primeiro deputado de Cascavel reeleito para um terceiro mandato. Nós temos a figura, o contexto do Professor Lemos que já está na Alep há um pouco mais tempo que eu, mas a realidade dele é diferente, não tem essa convivência, essa realidade junto aqui a Cascavel. Então, morando em Cascavel, eu sou o primeiro deputado reeleito. Estou muito feliz com isso e vou buscar, claro, honrar da melhor maneira esses votos, essa grande honra que eu tenho de ser deputado de Cascavel.

Mesmo com muitas campanhas de entidades de classe aqui da região, a representatividade de Cascavel diminui na Alep. Você acredita que isso se deve à qual fator?

Pacheco – A campanha que foi feita pelas entidades funcionou. O número de eleitores de Cascavel que votaram para candidatos de fora foi menor do que os eleitores que votaram em candidatos daqui. Nós tivemos um contexto diferente que foi a quantidade de candidatos em Cascavel. Isso fez que a população votasse em candidatos de Cascavel, acreditando que aumentaria a representatividade, mas essa divisão de votos entre os muitos candidatos acabou dando um resultado diferente.

Eu tenho uma leitura que não é muito alinhada com a questão de quantidade. Eu não entendo necessariamente que quantidade significa mais resultados, mais avanços. Já vivi em uma Assembleia que tinha um número grande de deputados, quando eu cheguei em 2014 nós tínhamos cinco deputados de Cascavel; nessa tivemos eu e Coronel Lee e depois acabaram entrando Gugu Bueno e Adelino e tivemos conquistas extraordinariamente importantes para a região, como o trevo Cataratas.

Então, necessariamente, quantidade não é qualidade, o que importa é ter um grupo de deputados que estejam unidos por Cascavel e pela região Oeste do Paraná, que foi o que aconteceu e tivemos grandes resultados.

Esse será seu terceiro mandato na Assembleia Legislativa do Paraná, o que podemos esperar nos próximos quatro anos?

Pacheco – Chega um momento da vida da gente, político, inclusive, de terceiro mandato como eu estou agora, que já existe uma experiência, um caminhar, uma maturidade política. Por que eu continuo tendo a honra de ter eleitores muito fiéis, que se mantêm apoiando aquilo que eu defendo, aquilo que eu represento? Justamente por uma coerência de atuação e de muito trabalho. Eu trabalho e trabalho muito! Estou na política trabalhando. Então é diferente de alguns que, às vezes, não necessariamente podem estar na política como esse viés de produzir, de trabalhar, de representar com honradez o voto daquelas pessoas que acreditam no seu trabalho. O que as pessoas podem esperar é essa linha de muito trabalho, especialmente pela nossa cidade de Cascavel, da nossa região aqui do Oeste do Paraná e coerência nas minhas ações. Não titubeio naquilo que acredito, nos valores que eu represento, nos valores que eu defendo.

Quais serão as bandeiras e pautas defendidas por Marcio Pacheco?

Pacheco: Eu acho que não tem minhas pautas, tem pautas de contextos, de valores que eu represento que são de defesa de uma sociedade alicerçada nos valores da família, da vida, da liberdade, da fé cristã, da liberdade religiosa, da liberdade como um todo. Então essas são pautas presentes na minha vida e continuarão sendo do ponto de vista político, de linha de atuação.

Esse será seu primeiro mandato em um partido da direita, nas outras eleições você sempre se elegeu por partidos de esquerda, ao que se deu essa mudança no decorrer dos anos?

Pacheco: Uma mudança que aconteceu de maneira concreta e objetiva foi no mês de novembro de 2020. Foi quando eu assisti um curso do padre Paulo Ricardo chamado Revolução e Marxismo Cultural. Esse curso me fez ver algumas coisas que eu não conseguia ver. Estive em um contexto, mas sempre fui conservador nos valores, nos princípios, de defesa da questão da vida, da família. De fato, estive filiado em partidos que hoje eu não estaria mais e nunca mais estarei. Nunca mais você me verá filiado em partidos de esquerda. Então houve uma mudança de fato, uma reorientação da minha visão política. É uma mudança de postura de vida, de visão política.

Nesse contexto que eu estou, de alinhamento, estou filiado em um partido que tem em sua essência a defesa dos valores cristão e tendo a família como um dos alicerces da sociedade.

Você ainda almeja a vaga de prefeito de Cascavel? Pacheco poderá figurar entre os postulantes para a vaga em 2024?

Pacheco – O dever de um homem público é estar à disposição da vontade da população. Você se elege quando a população quer que você se eleja. Se a população quisesse que eu fosse o prefeito em 2016 eu teria sido. 2020 mais uma vez se apresentava essa possibilidade, no entanto os prefeitos que estavam eleitos e eram candidatos à reeleição, nas grandes cidades, foram reeleitos. Em 2024 é um contexto novamente diferente, já que o prefeito Paranhos não poderá mais ser candidato.

Eu disputei as duas últimas eleições, não ganhei, mas nas duas eleições fiquei em segundo lugar. Estou reeleito agora para um terceiro mandato na Assembleia Legislativa. Tenho uma visão muito mais amadurecida. A experiência que eu tenho hoje é muito maior do que eu tinha, a capacidade de diálogo, de construir pontes, de somar com outras grandes lideranças de Cascavel, tudo isso se apresenta como um contexto de viabilidade para uma campanha e eu não me omitirei.

Vamos continuar trabalhando a possibilidade da construção de uma candidatura para a Prefeitura de Cascavel, mas com muito respeito ao eleitor, à sociedade, ao setor produtivo, à classe política, aos partidos e, se for possível, viabilizar uma candidatura com viabilidade eleitoral, evidentemente não haverá nenhum problema, pelo contrário, o meu nome estará à disposição.

Há muitas pessoas que acreditam que tem chegado a hora do deputado Marcio Pacheco estar à frente da prefeitura de Cascavel, o que para mim é uma grande honra. Muitas pessoas dizem: “Olha, o Pacheco é a bola da vez”, tem muitas pessoas falando isso. Com isso, seria uma covardia da minha parte eu me omitir. Então, meu nome estará à disposição para promover esse bom diálogo daqui até lá. E se Deus permitir e a população entender que meu nome é viável para ser o próximo prefeito de Cascavel, com certeza eu não me omitirei.

Qual o seu conselho e recado aos novos deputados estaduais eleitos por Cascavel?

Pacheco – Se tem uma mensagem que eu tenho buscado implantar desde o primeiro momento que eu cheguei na Assembleia Legislativa, é a busca da integração, da união de forças das lideranças do Oeste do Paraná em defesa da nossa região.

A mensagem que eu desejo é que nós possamos manter esse alinhamento, não interessa o viés político ou partido, o que importa é que, quando se tratar de questões de Cascavel, da região Oeste do Paraná, nós possamos estar unidos.

Foto: João Guilherme Clos