A Polícia Penal do Paraná formou 60 mulheres do Centro de Integração Social de Piraquara em cursos profissionalizantes de diversas áreas na modalidade à distância neste sábado (22). A ação é uma parceria da Secretaria estadual da Segurança Pública com a Igreja Universal e com as instituições de ensino superior Fan e a Fanduca.
Além disso, foi inaugurado o Centro de Atendimento Médico ao Servidor Lourival de Souza, para prestar serviços gratuitos de clínica geral e odontologia a todos os profissionais que trabalham no Complexo de Piraquara.
O secretário da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, destacou que o apoio do governador Carlos Massa Ratinho Júnior tem sido importante para mudar a imagem do sistema prisional do estado. A transferência da gestão das carceragens da Polícia Civil ao Departamento de Polícia Penal, a conclusão de novas cadeias no interior do Estado, e a evolução com a criação da Polícia Penal são as conquistas mais marcantes da instituição nos últimos três anos.
“Estamos dando mais um passo importante na valorização dos profissionais que trabalham na condução dos presos e estamos demonstrando carinho e respeito com essa instituição. Nos últimos anos, transformamos um cenário desolador que o sistema penitenciário se encontrava em uma evolução histórica que vai seguir com o engajamento da Secretaria da Segurança Pública e dos nossos parceiros”, disse
CENTRO MÉDICO – Construído em um local anexo ao CIS Piraquara, o Centro Médico foi erguido pela Polícia Penal. Já a Igreja Universal vai disponibilizar médicos voluntários para atender os policiais penais na área de clínica geral. O espaço conta com um consultório médico e um odontológico.
A entrega do Centro Médico marcou um momento de valorização a todos os servidores do Departamento de Polícia Penal. O agradecimento especial foi feito à família do policial penal Lourival de Souza, que foi assassinado dentro de casa em 2018. A esposa dele e os filhos receberam a Bandeira Nacional e flores para agradecer a dedicação e o sacrifício do servidor em prol da segurança pública. Em reconhecimento e homenagem ao servidor morto, o Centro Médico leva o nome dele.
“Temos o prazer de inaugurar essa unidade que vai beneficiar todos os policiais penais que atuam no Complexo. Os serviços serão prestados por médicos voluntários da Igreja Universal periodicamente aos sábados”, explicou a diretora do CIS Piraquara, Paula Coslik. “Era uma necessidade e trabalhamos duros e integrados para conseguir”.
O bispo da Universal, Manoel Gonzalez, que participou da iniciativa, afirma que o Centro Médico marca o respeito a todos os servidores. “Temos muita admiração pelo trabalho desses profissionais e agradeço o apoio dos médicos voluntários que aceitaram a missão de cuidar da saúde desses bravos policiais penais. Pretendemos expandir ainda mais esse serviço com apoio da Secretaria da Segurança Pública”, disse.
GRADUAÇÕES À DISTÂNCIA – O secretário Romulo Marinho e as demais autoridades visitaram o laboratório de informática do CIS onde a Fanduca disponibiliza cursos de graduação de Pedagogia e Serviço Social gratuitos para as internas. O professor Adriano Valotto, representando a Fanduca, apresentou a metodologia de ensino.
“Temos a concessão federal que nos permite exercer nossa metodologia pedagógica e isso reforça a integração da Secretaria da Segurança Pública e da Polícia Penal com a Fanduca para que o projeto aconteça. Estamos muito motivados para implantar esse sistema educacional, faremos o melhor pois queremos pessoas bem formadas para que, quando saírem, estejam preparadas para competir e seguir a vida”, afirmou
FORMATURA – Por meio da parceria da Secretaria da Segurança Pública com o grupo Universal nos Presídios e a Faculdade Fanduca, as mulheres privadas de liberdade tiveram acesso a cursos de capacitação profissional como cabeleireiro, empreendedorismo, gestão de empresas, etiqueta social, entre outras. As aulas ocorreram dentro do próprio CIS, em salas de aula adequadas para os estudos. Em outras regiões do estado formaturas também aconteceram.
O momento de maior reflexão da formatura foi com a canção Carta de um Presidiário, entoada por todas as formandas. Muitas se emocionaram com as estrofes que abordam a saudade de casa, a convivência com a família e os momentos de lazer que ficaram na lembrança, mas se confortaram com a expectativa de uma vida normal fora dos portões da unidade, agora com mais chances de progredirem no mercado com os cursos.
Segundo o secretário Romulo Marinho, com educação e trabalho pode-se transformar a realidade das internas quando voltarem à sociedade, pois é uma oportunidade de seguir a vida de forma justa e com satisfação pessoal.
“A educação está revolucionando o sistema prisional. Essa é uma ferramenta que tem que existir dentro do sistema prisional porque as pessoas entram aqui para cumprir as suas penas, mas elas precisam voltar à sociedade melhor do que entraram, para que possam ter uma nova perspectiva de vida. As pessoas vão voltar para as suas famílias e para sociedade bem diferente, já com uma capacitação e um diploma, o que levará elas a serem chamadas para trabalhar lá fora”, afirmou.
O professor Adriano Valotto acredita que dar oportunidade a uma nova opção de trabalho para as mulheres da unidade penal quando retornarem à sociedade é garantir dignidade de vida para elas. “São pessoas que ao sair daqui terão uma profissão para no mercado de trabalho competir de igual para igual, para ter seus recursos próprios financeiras de forma correta e serão cidadãs aceitas pela sociedade por motivo de uma mudança”, disse.
(AEN-SESP)