Brasília – A crise na Venezuela deve dominar a pauta do Senado nesta terça-feira. É que estão na pauta o plenário da Casa dois requerimentos envolvendo o país vizinho. Um deles, apresentado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), pede voto de censura ao presidente do país, Nicolas Maduro. No requerimento Ferraço destaca que Maduro tem adotado posturas arbitrárias e afrontado princípios democráticos e tratados internacionais dos quais inclusive o Brasil faz parte.
O outro requerimento é do senador Jorge Viana (PT-AC) que pede a criação de uma comissão externa para ir ao país vizinho numa "missão de bons ofícios". A ideia, segundo Viana, é buscar soluções. O Senado, numa missão de diplomacia parlamentar, se ofereceria no sentido de contribuir para estabelecer um diálogo com as forças políticas venezuelanas, sem distinções ideológicas.
Esse mesmo requerimento foi aprovado no último dia 3 pela Comissão de Relações Exteriores da Casa. “Acho que a situação tem se agravado muito, e talvez o país esteja próximo de uma guerra civil. Não há mais entendimento, diálogo ou tolerância entre as forças políticas” – lamentou o senador, salientando que o aumento da violência e da tensão na Venezuela não interessa à América do Sul. Jorge Viana disse ainda que o Brasil não pode assistir "de braços cruzados" ao agravamento da crise política e econômica no país vizinho, com o qual divide mais de 2 mil quilômetros de fronteira.
Lava Jato
A subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, que assumirá o comando do Ministério Público Federal em setembro, convidou ontem os investigadores da Operação Lava Jato que atuam na PGR para permanecerem nos cargos.
Segundo a assessoria do órgão, o convite foi feito durante uma reunião entre Dodge e o atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a primeira para discutir a transição.
Indicada para o cargo pelo presidente Michel Temer, Dodge tomará posse na PGR no próximo dia 18 de setembro.
O grupo de trabalho da Lava Jato na PGR é formado por nove procuradores que atuam em investigações sobre autoridades com o chamado foro privilegiado – como parlamentares, ministros e governadores.