O estado do Paraná passa por uma seca histórica e segundo levantamento realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), a bacia do Rio Paraná vem registrando volumes abaixo da média há 22 anos.
A situação se agravou ainda mais nos últimos dois anos, chegando a uma seca classificada como severa a excepcional. Agora, com a chegada do inverno, há poucas chances para reversão deste quadro.
O rio Paraná vem enfrentando uma situação de seca hidrológica severa e excepcional desde 2014. É a pior seca hidrológica desde janeiro de 1981. No trecho mais baixo da bacia do Rio Paraná, a seca severa e excepcional ocorre desde fevereiro de 2019. A usina hidrelétrica de Itaipu é uma das que se encontram em situação mais crítica.
A bacia hidrográfica do Rio Paraná, possui uma área de drenagem de aproximadamente, 880.000 km2 , no território brasileiro, abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e o Distrito Federal. Os seus principais afluentes são os rios Grande, Tietê, Paranapanema, Iguaçu, Paranaíba, entre outros.
É a bacia com maior capacidade instalada de geração de energia hidroelétrica do país, com 57 grandes reservatórios, sendo Itaipu o de maior capacidade instalada, com 14.000 megawatts (MW). Cerca de 1/3 da população brasileira vive nessa área, sendo, portanto, a bacia com maior demanda por água.
No estudo, foi utilizado o Índice Padronizado de Precipitação (SPI), nas escalas de 12 e 24 meses e foi constatado que região da bacia do Rio Paraná a seca mais severa foi registrada entre dezembro de 1968 e setembro de 1971, com auge em março de 1969. Mas, naquela época a demanda hídrica era menor.
Na análise da série de SPI-24, é que nos últimos 22 anos predominaram as precipitações inferiores a médias, com exceções dos anos de 2010 e 2015. Já no final de 2019, as condições de seca se intensificaram, virando entre as categorias de “severa”(SPI<-1,3) a “excepcional” (SPI<-2.0).
O SPI-24 para o mês de maio de 2021 indicou que a Bacia do Rio Paraná está quase com sua totalidade na condição de seca “excepcional”. A estação chuvosa de 2020 e 2021 terminou cedo, com o mês de março configurado o mais seco na bacia do ano.
Fonte: Climatempo e Cemaden