A honradez e a coragem são daquela categoria de valores que estão desaparecendo em nosso tempo.
Para evitar o confronto, o pastor decide passar a mãozinha no lobo, em vez de defender suas ovelhas. Essa decisão rouba um grave dever moral e compromete a honra, a segurança e até a vida daqueles que legitimamente contam com o seu braço.
Uma vida madura exige a cada segundo que o indivíduo assuma em sua circunstância concreta a posição de pastor de rebanhos. Casos extremos serão necessários em alguns momentos, sendo até mesmo desagradável.
Fugir a esse papel, deixando desamparado aquele que mais precisa da nossa força, não é caridade, não é amor ao próximo, mas simplesmente covardia.
Pense na imagem de um pastor de rebanhos e irá pensar naquele guardião, responsável por defender a vida, a honra e a união dos seus. Usar a força do seu braço para repelir o lobo e defender suas ovelhas, sem temor algum.
Contudo, em nosso tempo, vícios que desfilam por aí travestidos de virtudes, assim como a covardia, têm seus disfarces. São percebidos muitos pastores deixando as ovelhas à mercê dos lobos.
Um pai que não defende os filhos quando estes correm perigo, de um cônjuge que não defende a honra do outro, de um amigo que, em vez de ser leal, prefere trair. As circunstâncias concretas de nossa vida nos chamam a assumir o papel de pastor perante algumas ovelhas. A covardia que nos alicia abre espaço para um gigante vazio moral.
A vulnerabilidade dos mais próximos é real e fugir desse dever é ser conivente com o mal. O mal, por sua vez, é a ausência do bem, como citou Santo Agostinho no século 4.
Outro exemplo cotidiano é você estar numa roda de amigos e alguém começa a difamar um amigo seu ou alguém com quem você tenha uma dívida de gratidão, e você: defende a ovelha contra os ataques, colocando o lobo no seu devido lugar; fica calado, porque você odeia se meter em confusão; entra na onda e até contribui com uma informação débil, achando que está prestando um serviço de utilidade pública.
E, quando seu filho pequeno está brigando com outra criança no parque, você: exige aos berros que ele pare com aquilo e faça as pazes com o coleguinha; pega uma pipoca para assistir à briga de camarote, torcendo pelo seu filhão; intervém, separa as crianças, leva seu filho para longe do conflito e então procura se informar sobre o que aconteceu, só então o corrige, se for o caso.
Pense bem nas respostas, pois escolher difamar um amigo ou não defendê-lo mostra seu valor pueril e fétido. Ainda, se você se importa mais com o que os outros vão pensar do seu filho do que o que é o melhor para ele, revela sua formação em pastor de lobos.
Creio que esses dois exemplos cotidianos revelam que você precisa de virtudes honrosas. Feche os olhos, reflita se daqui para frente você irá desenvolver:
Coragem, lealdade, prontidão, desprendimento.
Sabe aquela cifose, quando a coluna fica arqueada para a frente? É, meu amigo, é isso mesmo, falta de coragem pode lhe transformar num pastor medíocre e torto.
Juliano Gazola é fundador da Bioliderança® no Brasil, business executive coach, reprogramador biológico
Siga minha página no Instagram @jggazola