Economia

Maternidade inspira ainda mais o empreendedorismo e impulsiona negócios

Por diversos motivos, empreender pode ser uma saída para conciliar trabalho e rotina com filhos

Maternidade inspira ainda mais o empreendedorismo e impulsiona negócios

A maternidade traz novos desafios às mulheres e um deles é conciliar carreira e a criação dos filhos, por isso, muitas veem no empreendedorismo a oportunidade de equilibrar essa conta. De acordo com uma pesquisa feita pela Rede Mulher Empreendedora (RME), 68% das donas de negócio do país começaram a empreender depois de terem filhos. Conheça relatos de mães que começaram no mundo dos negócios em busca de flexibilidade de horários e encontraram, ao lado dos filhos, o sucesso profissional.

Carina Soares de Oliveira, franqueada da Sofá Novo de Novo e mãe de duas crianças, uma de 5 e outra de 8 anos, entrou para a rede durante a pandemia com intuito de ter mais flexibilidade no horário para poder ficar mais tempo com a sua família. “No começo foi difícil conciliar as aulas online dos dois, trabalho e casa. Ficamos sem sair de casa em home office e ainda hoje é um pouco difícil, eles querem brincar o tempo todo. No entanto, hoje uso o período da manhã para ajudar nas aulas online e responder as redes sociais e o whatsapp; hoje já estou com uma equipe para realizar o trabalho na casa dos clientes, então, fico só pra administrar tudo”, explica. A franqueada ainda dá um conselho para as outras mães que estão pensando em começar o próprio negócio. “A dica que dou é persistir no sonho de empreender, tirar um tempo pra família, separar o trabalho da vida pessoal e envolver os filhos no empreendimento”, conclui.

Andrea Neris atua no ensino de idiomas há mais de 20 anos. Em 2020, ela decidiu empreender e abriu uma franquia da Park Education, principalmente para poder conciliar a vida de mãe e todas as demandas do lar. Estar mais presente – fisicamente e emocionalmente – em casa, possibilitou que ela melhorasse a qualidade de seus relacionamentos interpessoais, não apenas com sua própria família, mas também com colaboradores e até com sua rede de negócios. “Tenho um escritório em casa e isso me possibilitou ampliar o relacionamento com várias outras entidades porque consegui otimizar o tempo”, comenta a empresária. Desde o início da pandemia, a rede remodelou todas as aulas para o online e, agora, trabalha também com as modalidades híbrida, online e presencial, a depender das necessidades dos alunos.

Desde de 2018 à frente de uma franquia da Home Angels, rede de cuidadores de pessoas, Maria Cecília Lora, 73 anos, conta como é empreender ao lado da filha Tatiana Daher. “Dividimos as tarefas, de acordo com nossas competências. Chamá-la para empreender junto foi importante, inclusive, para descobrir algumas qualidades dela que eu não conhecia. Muitas vezes nossas diferenças nos ajudam a tomar decisões mais adequadas: eu sou mais ‘emoção’, ela é mais ‘razão’. No entanto, também é preciso separar a relação ‘mãe-filha’, a fim de preservar as diretrizes e os objetivos da empresa, independentemente dos nossos laços familiares”, conclui.

Em 1996, a carioca Regina Jordão contrariou amigos e familiares e apostou num negócio que, a princípio, não parecia ser boa ideia: um instituto de depilação na Cidade Maravilhosa. Maluquice aos olhos de uns, mas não para a filha Alessandra Jordão, que abraçou o sonho da mãe e colocou a “mão na massa” logo cedo. Ela panfletava com as amigas depois da aula e aprendia tudo sobre o negócio, no seu tempo livre até se tornar o braço direito da mãe. Hoje o Pello Menos conta com 45 lojas divididas entre os estados do Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo.

Força e calma é o que a empresária Núbia Manarim recomenda para outras mães empreendedoras. “As coisas realmente não são tão fáceis quanto aparentam, mas cada conquista, cada lágrima, vale muito a pena. Chegar em casa cansada, ter mil coisas pra fazer e ver nossos filhos cheios de orgulho e perguntando ‘como foi seu dia? Foi muito cliente?’ é, sem dúvida, muito recompensador”.  Há mais de três anos como franqueada da Suporte Smart, Núbia relata como administra a vida de mãe e empreendedora. “Há fases complicadas, de muitas vezes ter que negar um tempo com minha filha para poder em outro momento proporcionar algo melhor para ela e para nossa família, mas logo em seguida vem a fase boa”.

Motivada a ficar mais tempo com a filha de dois anos, Priscila Cabral, decidiu empreender para ter mais flexibilidade nos horários. “Em São Paulo gastamos muito tempo em deslocamento, então trabalhar 9 horas e gastar mais 3 horas de trânsito, todos os dias, me impossibilitaria de ficar com a minha filha um tempo de qualidade, de vê-la crescer e se desenvolver”, conta a franqueada da rede de anúncios em sacos de pão, PremiaPão. Para conciliar o empreendedorismo com a maternidade, ela aposta na organização. “Estabeleci uma rotina e horários bem definidos, programando as atividades diárias e semanais. Meu esposo tem um horário de trabalho que me possibilita dedicar ao negócio”. A dica para mulheres que estão na mesma situação é: “comecem! Empreender envolve muito trabalho e dedicação, mas é recompensador. A flexibilidade de horário ou até mesmo não ter um “chefe” no pé nos deixa mais tranquilas para administrar nossas várias funções de mãe, esposa, filha, empresária, entre outras”.

Proprietária de uma unidade da Doctor Feet, rede de podologia e venda de produtos ortopédicos, em São Paulo, Aline Miessa tem uma rotina intensa. Mãe de dois filhos -um de dois e outro de 12 anos- ela conta que conciliar empreendedorismo e maternidade, nos dias de hoje, é uma “loucura boa”, da qual qualquer mulher é capaz. “No último ano, aprendi que trabalhar de casa pode ser até melhor, eu consigo render mais que na loja, ter mais tempo para cuidar da minha família, porém, com isso, tive que treinar a equipe e delegar foi um desafio”, conta a empresária que atualmente conta com a ajuda da irmã no negócio.

Rosana Braem não hesitou em abandonar seu emprego como diretora de arte em uma grande emissora de televisão para passar mais tempo ao lado de sua filha, assumindo assim o seu lado confeiteira, já que, desde a época da faculdade, se virava vendendo cookies e outras delícias para os colegas. Em 2013, abriu a primeira loja do Bendito no Rio de Janeiro, especializada em cookies, brownies e cafés, que hoje conta com sete unidades, entre lojas de rua, shopping e quiosques. Desde 2019, o Grupo Espetto Carioca passou a ser acionista da rede.