O Marechal deve receber o Cascavel amanhã em jogo válido pela LFP (Liga Futsal Paraná). “Deve”, porque a realização da partida ainda é incógnita. No último sábado, o Cascavel já teve uma partida suspensa poucas horas antes. O jogo está programado para as 17h30, no Ginásio Ney Braga, sem público.
Segundo o dirigente do Cascavel Futsal Pedro Muffato Júnior, o problema é que o protocolo de segurança com relação à pandemia do novo coronavírus ainda não foi apresentado para as autoridades de saúde do Paraná. “Na realidade, não sabemos se vamos jogar nesta quinta. Não temos autorização da Sesa [Secretaria de Saúde do Paraná] para que a partida pela LFP aconteça. Na Série Ouro de Futsal, por exemplo, a Federação Paranaense, que organiza a disputa, encaminhou o documento para a secretaria e, nele, dentre vários itens de segurança, consta que a cada 14 dias as equipes vão realizar testes para detectar casos de coronavírus”, explicou.
Pedro Muffato Júnior é diretor financeiro da Liga Futsal Paraná e destaca o aumento dos custos para as equipes, caso esses procedimentos também sejam cobrados na LFP. “É complicado, porque os times não têm arrecadação suficiente para arcar com todas essas despesas das competições que disputam. Muitos patrocinadores cancelaram contratos, estamos sem arrecadação de bilheterias porque não podemos contar com o torcedor no ginásio e precisamos ainda lidar com impasses e burocracias envolvendo decretos, prefeituras e organizadores”, lista.
Depois do compromisso em Marechal, amanhã, o próximo jogo do Cascavel está marcado para domingo (6), contra o Palmas, fora de casa, também pela Liga Futsal Paraná.
LFP confirma partida
No site oficial da Liga Futsal Paraná, o jogo Marechal X Cascavel consta como confirmado. “A partida entre Marechal e Cascavel permanece marcada e vai acontecer”, disse o presidente da LFP, Cristiano Bortolon.
Contudo, ele não confirmou se a documentação solicitando a realização da competição já foi encaminhada ao governo do Paraná nem os desdobramentos da situação.
Confusão de torcida
O jogo do último sábado do Cascavel contra o Foz, no Ginásio da Neva, chegou a ser anunciado inclusive com a presença de torcida. Umas duas dezenas de ingressos já tinham sido vendidos quando, no fim da tarde de sexta-feira, chegou a informação de que o público estava vetado. Apesar de um decreto municipal liberar torcida em espaços fechados, a prefeitura argumentou que o evento não era do Município.
A suspensão ocorreu por intervenção da Sesa, na manhã do sábado. “O governo do Estado notificou a Prefeitura de Cascavel, que havia permitido a presença de público na Neva, mas essa não foi a razão do adiamento. O motivo de o jogo não ter acontecido foi justamente a falta de documentação por parte da Liga Futsal Paraná pedindo autorização do Estado para realizar a competição”, explica Pedrinho Muffato.
Ele conta ainda que os organizadores das competições estaduais e dirigentes estão tentando viabilizar para as próximas semanas uma audiência com o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, em Curitiba, para apresentar um planejamento e um protocolo seguro para a realização das partidas.
Reflexos em quadra
Calendário apertado, tabelas que mudam o tempo todo, adiamentos. Para o técnico do Cascavel, Cassiano Klein, é preciso cautela para que o impasse fora das quatro linhas não interfira negativamente no trabalho em quadra. “Tudo isso gera inconstância e alcança equipes, dirigentes e entidades. Todos estão procurando os melhores caminhos, mas, como é algo novo, causa insegurança porque ficamos à mercê de decretos, resoluções e adaptações de municípios e organizadores. Alguns conseguiram se adaptar, outros não. Trabalhamos com base nas datas de jogos que temos e treinamos visando ao confronto. Infelizmente, muitas vezes as coisas não acontecem como a gente programa, ou deseja”.
