No próximo dia 1º de maio, a maioria dos estados brasileiros, como ocorre com o Paraná e o Distrito Federal, começa mais uma etapa de vacinação contra a febre aftosa. O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) alerta ser muito importante que o criador continue imunizando o rebanho, conforme o calendário oficial de vacinação de cada estado. O rebanho brasileiro soma 218 milhões de animais entre bovinos e búfalos e no Paraná são cerca de 9 milhões.
Todo o rebanho de bovinos e búfalos, de todas as idades, deverá ser vacinado no próximo mês, com exceção dos estados do Acre, do Espírito Santo e do Paraná, que imunizarão apenas os animais de até 24 meses de idade.
A coordenadora da Difa (Divisão de Febre Aftosa) do Mapa, Eliana Lara Costa, explica que o produtor deve continuar a aplicar a vacina na região da tábua do pescoço, debaixo do couro do animal (região subcutânea), observando os cuidados das boas práticas de vacinação, fundamentais para o sucesso da imunização. “O Brasil está livre da febre aftosa, mas continua sendo obrigatório vacinar os bovinos e búfalos conforme o calendário de vacinação oficial de cada estado”, reafirma Eliana Costa.
Para que o rebanho fique protegido contra a aftosa, os criadores devem ter os seguintes cuidados:
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Rangel, avalia que a exportação de vacinas, principalmente para a China, será uma alternativa de mercado para as indústrias brasileiras colocarem sua produção quando o Brasil iniciar a retirada gradual da vacinação contra a aftosa, a partir de maio do próximo ano. As indústrias produzem cerca de 300 milhões de doses anuais de vacinas contra a aftosa. “É importante manter as fábricas desses produtos pujantes, porque elas fizeram altos investimentos para atingirem a qualidade e eficácia que têm atualmente”, completou Rangel.
O secretário explicou que falta construir um protocolo de manipulação de vírus exóticos, não autorizados no Brasil, até o momento, pelo risco biológico que oferecem. A proibição poderá acabar, pois a Cosalfa (Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa) aponta como necessária a formação de um banco de antígenos, estratégicos para utilização em caso de reintrodução da aftosa em qualquer um dos países da América do Sul.
A instalação do Banvaco (Banco Regional de Antígenos/Vacinas contra a Febre Aftosa), apoiada pelo Brasil, também poderá demandar parte da produção nacional. Estimativas apontam que o estoque estratégico de antígenos (matéria prima da vacina) deve ser suficiente para produzir de 10 milhões a 15 milhões de doses, para atender eventuais emergências sanitárias (focos de doenças). Os Estados Unidos e o Canadá já demonstraram interesse em participar da implantação do banco.