Cascavel – Com uma das piores estiagens da história, que já dura quase um ano e com previsões nada animadoras, o governo do Estado criou um grupo de trabalho interinstitucional para propor a regulamentação de critérios para o uso racional e de reuso da água em todo o território paranaense. O foco principal é evitar desperdícios, criando condições para que a população e os setores produtivos sofram o mínimo possível com o racionamento de água.
“As projeções mostram que a seca tende a se agravar”, alerta a diretora de Políticas Ambientais da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Fabiana Campos, referindo-se a levantamentos iniciais do Simepar que apontam para o período de estiagem se estendendo até setembro. Com isso, será necessária a interferência do grupo na criação de políticas públicas para o uso consciente da água. “Esse grupo fará o acompanhamento e o monitoramento diário em busca de tomar as decisões mais acertadas, priorizando o consumo humano e animal”,
Compõem o grupo profissionais do IAT (Instituto Água e Terra), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, da Sanepar e das Federações das Indústrias (Fiep) e da Agricultura (Faep).
Rodízio
Fabiana adianta que a ampliação do rodízio no fornecimento de água será inevitável nas diversas regiões do Estado. A intenção, contudo, é apostar em medidas educativas, evitando punições neste primeiro momento, contando com a colaboração direta das pessoas.
A diminuição da quantidade de água nos mananciais de abastecimento tem colocado em risco o fornecimento em algumas cidades da região oeste, como Cascavel. A cidade registrou acumulado de 377 milímetros de chuva nos 120 primeiros dias de 2020, o menor volume desde 2004, quando choveu 337 milímetros no mesmo período.
A vazão dos rios que abastecem a cidade está 30% menor e já foi necessário abrir em 40% o registro do Lago Municipal para contribuir com o aumento no volume de água do Rio Cascavel.
A Sanepar não descarta abrir totalmente esse registro e ainda adotar rodízio no abastecimento: “A questão são os mananciais. Com menos água, temos de reduzir também a capacitação”, explicou Fabiana.
Em todo o Paraná
A estiagem também mudou o cenário na fronteira. Em Foz do Iguaçu, as cataratas estão com vários paredões de pedra à mostra devido à seca. Isso porque o Rio Iguaçu, que nasce no leste, abastece seis usinas hidrelétricas ao longo do caminho até chegar a Foz. Na cidade, o Rio Paraná também secou e vem revelando algumas preciosidades, como uma embarcação que naufragou há mais de um século, até uma Kombi de ponta cabeça.
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