Política

Alep paga salários de até R$ 24 mil a deputados não eleitos

Nos quatro anos de legislatura, os salários dos quatro ex-parlamentares podem chegar a R$ 3,1 milhões.

Alep paga salários de até R$ 24 mil a deputados não eleitos

Curitiba – No Paraná, perder a eleição não significa necessariamente ficar longe da Assembleia Legislativa. Levantamento feito pelo podcast Política em Prosa, dos jornalistas Rodrigo Silva e Marcos Guérios, revelou que quatro ex-deputados derrotados nas urnas em 2018 que trabalham como comissionados na própria Assembleia. A reportagem é de Rogerio Galindo, do blog Plural.

No total, os salários desses ex-deputados somam R$ 60 mil mensais, ou R$ 780 mil anuais. Nos quatro anos de legislatura, os salários dos quatro ex-parlamentares podem chegar a R$ 3,1 milhões.

Três foram contratados pela Mesa Executiva para trabalhar na Ouvidoria. Dois deles são do oeste do Paraná. Elio Rusch, primeiro suplente pelo DEM, recebe R$ 24 mil mensais para comandar o setor que ouve reclamações e é responsável pela transparência da Assembleia. E Cláudia Pereira (PSC), da bancada evangélica e esposa do ex-prefeito de Foz do Iguaçu Reni Pereira (PSB) – alvo da Operação Pecúlio -, também está na Ouvidoria, recebendo R$ 9,1 mil mensais.

O setor abriga ainda o petista Péricles de Mello, que não renovou o mandato, mas garantiu um cargo de R$ 18 mil.

Segundo o primeiro-secretário da Assembleia, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), as contratações foram feitas para que a Ouvidoria dê mais transparência para o Legislativo estadual. “São pessoas experientes, que conhecem bem o Legislativo e que podem contribuir bastante. A ideia não é beneficiar ex-deputados, mas ajudar a Assembleia a funcionar melhor”, afirma.

Já o quarto ex-deputado comissionado atualmente é Nereu Moura, que atua na liderança do MDB. Com salário de R$ 9,6 mil, o deputado diz que dá uma mão na recuperação do partido e que precisa trabalhar porque não roubou. “Ajudo com projetos, com ideias para reerguer o partido”.