Economia

Risco-país tem menor patamar desde 2010

O CDS funciona como um termômetro informal da confiança dos investidores em relação a economias, especialmente as emergentes

São Paulo – O risco-país brasileiro medido pelo CDS (Credit Default Swap) de cinco anos opera no menor nível em nove anos nessa segunda-feira (16). Depois de nove quedas consecutivas, o índice atingiu 98 pontos – menor valor desde novembro de 2010 -, queda de 2,8% na sessão por volta das 14h18.

O CDS funciona como um termômetro informal da confiança dos investidores em relação a economias, especialmente as emergentes. Se o indicador sobe, é um sinal de que os investidores temem o futuro financeiro do país, se ele cai, o recado é o inverso: sinaliza aumento da confiança em relação à capacidade de o país saldar suas dívidas.

Em 2010, o Brasil tinha o selo de bom pagador concedido pelas agências de classificação de risco S&P, Fitch e Moody’s, outra chancela acompanhada por investidores internacionais ao decidir aplicações em países emergentes, considerados mais arriscados.

Na última quarta (11), a S&P elevou de estável para positiva a perspectiva para o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, hoje em BB- (três degraus abaixo do selo de bom pagador). No mesmo dia, o Banco Central cortou a taxa básica de juros de 5% a 4,5% ao ano, mínima histórica.

Embora preveja que a relação dívida/PIB do país deva continuar a crescer nos próximos três anos, a agência americana citou a perspectiva de melhora da posição fiscal do País após a aprovação da reforma da Previdência e com a perspectiva de continuidade da agenda fiscal em 2020, embora o risco de reveses continue material.

O CDS começou a cair de forma mais vigorosa em junho, quando a reforma da Previdência estava em discussão na comissão especial da Câmara dos Deputados. A medida é vista como crucial para estabilizar a dívida pública, o que diminui o risco de um calote no futuro.