Mais um estudo econômico confirma um algo que os empresários brasileiros já sentem no bolso: quanto menor a empresa, no Brasil, mais imposto é pago proporcionalmente. A pesquisa “Um problema tributário: o impacto do imposto sobre as pequenas empresas” foi feita pela Sage, multinacional britânica de softwares de gestão, em parceria com a Plume Consulting, com participação de 3 mil empresas em 11 países – Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, África do Sul, França, Irlanda, Austrália, Cadaná, Singapura, Espanha e Alemanha.
Pasmem: microempresas com até cinco funcionários pagam cerca de 65% de seu faturamento em impostos. As pequenas (cinco a 19 funcionários) pagam 42%, e as médias (20 a 199), 30%. Entre os 11 países analisados, as microempresas do Brasil são as mais oneradas – e são dez pontos porcentuais a mais do que as da Espanha, segunda colocada.
Além da pesada carga tributária, a complexidade do sistema brasileiro e a falta de atualização às novas realidades geram confusão e dúvidas em muitos empresários. Esse seria um dos principais motivos para o desequilíbrio, segundo especialistas. Isso sem contar os custos com contabilistas para dar conta de tantas leis e regras e não pagar ainda mais em multas.
O Simples Nacional veio para simplificar, mas ainda assim nem todos conseguem se manter nele. Após a intensa crise econômica que assolou o País, boa parte dos pequenos não conseguiu pagar a taxa e caiu fora do sistema. Esta semana, a má notícia: o presidente Michel Temer vetou o Refis do Simples, que permitiria que elas voltassem ao sistema e seguissem a vida. Sem essa condição, muitas devem fechar de vez as portas.
No Brasil, o simples é complicado.