Política

Coluna Contraponto do dia 08 de agosto de 2018

Beto Richa fica inelegível após a condenação?

Dois causídicos especialistas em causas eleitorais afirmam que Beto Richa pode continuar sua campanha como candidato a senador: a condenação que ele e sua esposa, Fernanda, sofreram no Tribunal de Justiça por ter usado verba do governo para se hospedar em Paris sem compromissos oficiais a cumprir, não o torna inelegível. Um dos advogados até aventa a possibilidade de se tornar inelegível, mas só se houvesse comprovação de que se tratou de um delito doloso e se os desembargadores (três a dois) mencionarem que a pena abrange a inelegibilidade e não apenas devolução dos R$ 3.500 que gastou irregularmente. O segundo causídico diz que, por se tratar de uma ação popular e não por improbidade, a condenação não atinge seu direito de disputar a eleição.

Detalhes que…

Em casos de corrupção, o ex-governador Beto Richa disse, mais de uma vez, que perdoava o pecador, mas não o pecado. Citação bíblica de homem probo e justo. Também já repetiu que não precisa de dinheiro público porque é casado com mulher rica. Dona Fernanda, como se sabe, é herdeira do antigo Bamerindus.

…turbinam o pecado

O pecado cometido em Paris, hospedando-se no luxuoso 5 estrelas com vista para o Arco do Triunfo – e por si só a frase é um atenuante -, foi de pequena monta, quase uma distração. Afinal, que governante iria colocar a própria pele em risco por US$ 900 numa viagem até a China? O que transforma o episódio em algo negativo para o ex-governador é “Richa é condenado por usar dinheiro público em hotel de luxo em Paris”.

A mulher de César

Aí, como sempre, tem pecador, pecado e acerto de contas com o erário e com a honestidade da mulher de César.

Prontos para a “farra”

Como a eleição está chegando e como quase todos eles são candidatos à reeleição, os deputados estaduais terão um prato cheio na próxima segunda-feira para agradar o funcionalismo público – nem que isso importe em agravar a situação financeira do estado. O importante é a “farra” – como fizeram na última madrugada antes do recesso os deputados federais e senadores que aprovaram R$ 100 bilhões de gastos inesperados para a viúva pagar.

Vetos

Na sessão do dia 13, o plenário da Assembleia vai votar os vetos baixados pela governadora Cida Borghetti à reposição de 2,76% sobre os salários dos servidores de todos os Poderes (Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Tribunal de Contas e da própria Assembleia). Segundo ela, as finanças do estado não aguentam o impacto de uma despesa não prevista de R$ 250 milhões só este ano.

E agora?

Os deputados terão duas opções: ou aprovam os vetos e os servidores ficam sem reajuste ou derrubam os vetos. Vai ter algum deputado interessado em saber se o governo pode ou não pode arcar com o acréscimo? O mais provável é que derrubem os vetos e joguem para receber os aplausos das galerias. Feito isso, devolvem o rojão para Cida Borghetti, que, outra vez, não vai aprovar os projetos. Vai devolvê-los para que a Assembleia assuma a responsabilidade de promulgar a reposição. Ganharão a simpatia dos funcionários e dão uma banana para o erário.

Já estão fixados os tempos de que os candidatos a presidente disporão nos programas eleitorais gratuitos na televisão. Veja como fica:
Geraldo Alckmin: 6 minutos e 3 segundos
Fernando Haddad: 2 minutos e 7 segundos
Henrique Meirelles: 1 minuto e 38 segundos
Alvaro Dias: 33 segundos
Ciro Gomes: 33 segundos
Marina Silva: 16 segundos
Terão menos de 15 segundos: Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (Psol), Cabo Daciolo (Patriota), José Maria Eymael (DC), Vera Lúcia (PSTU), João Goulart Filho (PPL) e João Amoêdo (Novo).